Vim para São Paulo nesse fim de semana. Um filme rodou na minha tela quente. Menopausa em curso, não há como fugir da classificação “proibida para mulheres normais” afinal ardemos no mármore do inferno da maturidade.
E andando pela Paulista me revi. Vim tantas vezes à Paulicéia que já nem sei mais se quando chego aqui amo de paixão ou se tenho odiado o Rio com força.
O fato é que no roteiro do meu filme, lá estava eu, com 20 e poucos anos e todos os sonhos do mundo. Executiva? Diplomata? Escritora? Já quis ser tanta coisa que acabei apenas sendo eu, essa metamorfose ambulante.
Lá atrás, com os hormônios gritando, o cabelo sedoso, a bunda dura, o peito em pé, eu era um poço de dúvidas.
Hoje, desabada e enrugada, cago certezas que não me levarão muito adiante. Ou será que o forward do meu controle vai me ajudar a pular várias casas e ter êxito nesse momento da minha vida? O fato é que o tempo corre.
E eu, domingo de Grande Premio, estava no mesmo local que zilênios atrás, em plena capital empresarial do Brasil, me perguntava: vai dar tempo de ainda ser o que profetizei? Difícil entender as mulheres. As pós-balzacas então! Sem cura…
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