Marília Mendonça podia ser nome de remédio. A indústria farmacêutica tem de inventar um ansiolítico anti-feminicídio com aprovação comprovada pela mulherada da sofrência batizado MM.
Meu Spotify praticamente curra meus tímpanos com as letras lacradoras dessa cantora, hoje lenda. E eu me delicio fazendo um inventário Romeo e Julieta. Amores e dores, sempre tão siameses.
Vazo escrevendo. Minhas neuroses são amenizadas pelo teclado do meu iPhone onde digito agora essa coluna. Enquanto divago, eu canto. Aos berros.
“Tô sabendo que não paras de chorar! Que pediu pro vento soprar meu perfume em sua cama”
“Na minha vida o seu coração serviu de degrau. Te ver sofrendo não foi bom. Foi sensacional”
“Está espalhando por aí que eu estou mal, que eu esfriei, que eu tô sem sal. Tô sim. Sem saudades de você “
“Infiel. Eu quero ver você morando num motel… assuma as consequências dessa traição”
“Faltou coragem para dizer que não. Bebi, liguei, parei no seu colchão. Chego apaixonado e saio arrependido, afinal amar por dois só me dá prejuízo”
Marília tem sido o meu Rivotril atual. Ando para trás e para a frente num estica e puxa do tempo lembrando de todos que se deitaram na minha cama. E num masoquismo bom, dou asas à minha imaginação e vejo que como ela eu amei. De um jeito mais cartesiano, mais pé no chão, menos rasgado. Porém isso não me afasta de lembranças sensacionais. Sou daquelas que curto um revival. Mais pelo objeto vivido, pela sensação de estar viva e do coração acelerado. Sobre os homens… nenhuma frase cabe melhor para o desfecho deste texto: “De mulher para a mulher, Supera! “
Vai em paz Marília. Seus hinos ficarão. Obrigada por tanto