Nunca fui a Abadiânia; Também não irei mais. Estava planejando levar minha filha – de 21 anos – adepta de fazer o bem, ao maior santuário de cura, uma cidadela de paz, um local mágico. #soquenão
Como pode – respeitando a ainda incerta culpa de uma investigação policial – o médium mais famoso do Brasil (quiçá do mundo) jogar esterco no próprio legado? 40 anos de vida pública, atendendo ao próximo. 10 mil pessoas/mês visitavam o local.
Só penso nas vítimas, frágeis e despencadas – emocionalmente e no corpo, com chagas vivas de uma moléstia em curso. São tantos relatos de peregrinação. Longa metragem e posts incríveis sobre a Casa Dom Inácio de Loyola.
Tantas maravilhas ouvi sobre o local e sobre JdD. Nunca duvidei dele apesar de sua face meio bufona, de seu aspecto um tanto asqueroso, de seu jeito meio açougueiro, achava o médium o máximo. Isso porque nunca o conheci pessoalmente. Tudo era mentira? Ou estamos naquele campo que sim, ele curou muita gente, mas também usou seu lado humano para destruir tantas outras?
Como o poder de um mito construído leva a mensagem errada a tanta gente crédula. Estou enojada. Estou triste. Triste pelos que sabiam e continuavam a trabalhar no local. Triste pela esperança que tantos tinham (tem?) nele. Triste pelo que poderia ter sido a maior Atlântida da fé, da beleza da vida, da cura em curso. Esse cara, se tudo for verdade, não pode ser de Deus.
É mais um João Ninguém que aprendeu o marketing falso da cura. Pra isso, não há perdão. A todas as mulheres violentadas e abusadas, a minha solidariedade. Não merecemos mais essa dor. #mexeucomumamexeucomtodas
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