Fiquei pensando nesta expressão? Na idade madura, combinamos esses dois momentos de vida. Não somos tão jarro e já caminhamos para o barro. Minha avó falava isso e tenho em mente o poder das palavras .
Tenho tido só coisas boas pra mim. Ou pelo menos tentado ver o copo cheio. Tenho procurado usar o poder embutido na energia de cada mensagem para seguir mais leve.
Já sei: tá pensando que ando abraçando árvores? Falando com nuvens? Não. Tô tentando colocar em prática o que muitas amigas sempre me disseram. O que sai da sua boca tem muita força.
Eu que gosto de dramas épicos e muita encenação (sou leonina) desci do palco da maluquice internalizada e vocalizo uma nova vida. Tipo o oleiro que molda o barro para construir um lindo jarro. O meu – pelo jeito – já caiu no chão umas mil vezes, mas sigo remendando.
Colo aqui e ali e vou dando de ombros quando dizem que deveria comprar um novo. Sou de trapinhos. Gosto de uma veste usada, surrada, impregnada de mim. Nesse aniversário poderia até trocar de casca, fakear que estou interessada em uma nova Kika mas dei pra remendar tudo.
E nesse colar de cacos, nessa cirurgia diária de me reconstruir, jorrei água gelada e límpida nesse jarro e numa autofagia e vou beber a vida em grandes goles. Ando gulosa!