FIM
Nessa de organização da partida da minha tia, virei uma espécie de blogueirinha da passagem pro além
Andei essa semana às voltas com escolha de caixões e salamaleques para cerimônia de sepultamento. Tenho uma tia muito idosa. Ela vem oscilando entre lutar pela vida e querer partir. Justo. São 97 anos de vida.
Pra quem vai ficar, e como única herdeira emocional dela, eu começo a organizar seu fim. Faz tempo que não tenho um óbito na família. Já foi cascata, hoje graças a Deus somos mais de berçários do que covas. Mas urge pensarmos nisso.
E foi aí que comecei um diálogo com uma funerária. Nunca tive problema com isso mas talvez esteja desacostumada ao trelele fúnebre. O corretor, por zap, enviou vários tipos de caixões. Com ou sem visor; com ou sem alça; com madeiras nobres ou pobrinhas. E eu parecia que estava escolhendo um novo look.
Rolei o feed do telefone e lá estavam vários produtos (sim, caixão é o que?) com todos os seus acessórios. Urna, véu, coroa de flores, edredom, maquiagem da falecida e laboratório. Não entendi esse último item. Ele explicou: caso a pessoa morra numa clínica geriátrica ou em casa, eles não têm geladeira para deixar o corpo, então a preparação é feita fora. Ah, tá….
E nessa de organização da partida da minha tia, virei uma espécie de blogueirinha da passagem pro além. Até gostei de escolher as opções, e pasme: esse é apenas o kit básico, pois nesse mundo funerário, o cardápio é generoso. Tem ainda o cartório, cemitério, o velório, as missas, enfim, um sem número de atrações post mortem.
Acho que vou abrir uma pasta no computador só pra elencar a robusta parafernália. Morrer dá trabalho.