Tem mulher que não fica sozinha. Mesmo na maturidade, o fantasma da solidão da mulher encalhada, a antiga “titia”, povoa o imaginário das balzacas e acaba por injetar fogo no parquinho dos erros no amor.
Por que será que mesmo madura, já tendo estrada, a pessoa erra? E erra. Errante compulsiva, pois parece atrair para si os mesmos homens chipados com os defeitos preferidos por ela. Como um eterno retorno, um trem fantasma doméstico em que sabemos que vamos sofrer mas embarcamos com aquele friozinho macabro na barriga.
E como mudar esse cenário? Sabemos de várias técnicas, mas insistimos no véu da obscuridade para enfiar novamente os pés na jaca. Pés não! O corpo todo que – sofrido, moído, mexido por mais uma edição desse “Não vale a pena ver de novo” – emburacamos aquela deprê básica, pois podemos ser burras mas não somos cegas.
Então te faço um convite. Sábado é Dia dos Namorados e quero que você passe sozinha. Sim. Achou estranho? Se está naquela relação morna, abusiva ou dejá-vu, se ofereça o novo mesmo que isso implique em te levar para passear; em te ofertar uma massagem; ou quem sabe uma viagem para outra dimensão através daqueles óculos 3D?
Vale tudo para que o padrão não se repita e você se permita um gozo solo. Transforme o pavor em amor e depois pinte sua boca de vermelho e beije o espelho. Pequenos gestos que representam muito. Vai por mim.