Tô enferrujada de planejar futuros. Tanto perrengue na maturidade que fica oxidada a minha capacidade de futuros. Ando em presentes. Já fui de tentar manobras para acertar o porvir. Quantos apartamentos não fui ver na certeza de dar um futuro melhor às minhas filhas?
Regime? Nossa…. Na minha mente, virei Juliana Paes inúmeras vezes . O resultado? Quilos a mais. Já enfrentei entrevistas de trabalho buscando uma melhor colocação. Colecionei “nãos” por ser qualificada demais, velha demais, rebelde demais.
Melhorar minhas redes sociais? De consultor “xoven” até tentar aprender a mexer no canvas já tentei. A realidade? Só foto ruim e carrossel “marromeno”. E frequentei mais missas de sétimo dia, médicos e fiz exames.
Os clássicos e muitos novos que fucei na internet atrás da vida prolongada. Até vacina da herpes zoster eu tomei. Mas saco para planejar o futuro?? Tenho não. Adoro a frase: “enquanto você planeja , Deus ri”, e assim, pela primeira vez na vida dessa madura ascendente de Capricórnio, estou à deriva, naquela malemolência de Zeca pagodinho, abusando da sabedoria popular e envergando o ditado: só por hoje.
E tenho dito: nessa caminhada trôpega e grisalha, aceito meu caminho. Menos pedras e mais pérolas. Vai que, né?