Nunca tive na juventude. Não sou uma barata, mas detesto cenas. Puxões de cabelo, arranhões, cusparadas? Fuxicar o celular? Cheirar camisas? Olhar extrato de banco? Reparar nas marcas no corpo dele? Esquece isso.
Mas tenho pensado no assunto. Ouço muitas mulheres maduras reclamarem da concorrência. As novinhas, as balzacas trintonas, as quarentonas com tudo em cima e só daí aparecemos no ranking para os horizontalmente disponíveis. Claro que a bunda caiu, que o braço tem pelancas, que o pescoço é um plissê…. Mas estamos vivas!
Ainda tem o fantasma da menopausa que brocha qualquer tesão. É difícil fazer a loba sem libido, sobretudo para aquelas mulheres que não podem se valer das pomadas, adesivos, pílulas e alegrias do estrogênio ou qualquer outra animação hormonal sintética.
E eu, em novo relacionamento, penso com meus botões. Será que vou entrar para a estatística? É tão legal amar na maturidade, mas –macacas velhas– prestamos mais atenção aos sinais. Ele emagrece e você engorda. Ele compra roupas e você usa seus trapinhos. Ele arruma os dentes, se bronzeia na praia, frequenta academia com personal e você marca exames de densitometria óssea e colonoscopia, pensa na entrega da declaração do IR, faz as contas do quanto ainda falta, em grana e tempo, para suas filhas acabarem a faculdade e aí você ter um fôlego de “aqué”.
E, no meio disso, olho as fotos da Maitê Proença. Tá linda. E a Bruna Lombardi de biquíni? Tapa na cara da sociedade. E rapidinho esqueço esse sentimento burro e grudento. Volto a olhar para mim e repito mil vezes: eu me amo, eu me amo… Quem aqui precisa de juras de amor?