Joselila Etelvina da Silva, a vó Delila, ficou viúva jovem, com 12 filhos para criar no bairro de Brasília Teimosa, periferia de alta criminalidade de Natal.
“Era uma mulher sozinha, com 45 anos, sem o apoio da família. Criou filhos com dificuldade, alguns deles alcoólatras, mas hoje estão todos bem”, conta Charles, que aproveitou a pandemia para registrar vídeos e fotos da matriarca.
Essa vovó tem um ritual diário muito típico dos interiores deste imenso Brasil, veja se reconhece: todo santo dia, ela coloca uma cadeira em frente à porta de casa e monitora os movimentos dos vizinhos, ao que se dá o nome por lá de “Olho de Pomba”, a fofoqueira oficial, ou fifi aqui nas Minas Gerais.
“Quem vê de fora pensa nesse jeito meio bruto, mas se ela fosse frágil não teria dado conta. Teve que se fazer de dura para poder segurar o rojão”, explica Charles.
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Segundo ele, dona Delila conheceu seu marido aos 12 anos, dele ganhou um beijo e achou que tinha engravidado, sendo obrigada a se casar. Hoje, vive a vida feliz, só na vigília da vizinhança, uma figura e tanto.
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