Q
uerida amiga CLAUDIA,
Desde o nosso primeiro encontro, muita coisa mudou, os tempos são outros… Mas nossa conexão permanece a mesma – foi imediata e profunda! Posso dizer que o tempo fez bem para nós duas, que bênção! Olhando para trás, é fácil eu me lembrar de tantos momentos em que me apoiei em você e você sempre esteve lá para mim.
Foi você quem me ensinou tanto, me mostrou que eu podia sempre mais (desde que eu quisesse) e que eu não era obrigada a nada. Foi você também que me apresentou a tendência da meia-calça de renda e isso até hoje é um assunto mal resolvido entre nós (olho as fotos e penso: “Onde eu estava com a cabeça?”).
A verdade, amiga CLAUDIA, é que você sempre foi muito sábia, arrojada, à frente do seu tempo. Você sempre soube o valor das mulheres, o poder que temos e nunca deixou qualquer medo impedir você de falar isso em alto e bom som para o mundo todo ouvir.
Sei que nem sempre seus papos foram bem vistos, afinal, tem gente que insiste em manter as coisas como estão, que tem medo de mudança. Mas não você, minha amiga. Você tem esse olhar mágico no futuro e sabe que não pararemos por aqui. Você, que celebra cada conquista, cada passo numa direção mais justa e segura. Você, que chora todas as lágrimas quando perdemos uma de nós para a violência e o machismo.
Hoje, é démodé falar que os 60 são os novos alguma coisa (alguém ainda fala démodé?). E faz sentido, já que os 60 são os melhores 60 possíveis, assim como os 50 foram seus melhores 50 e o mesmo com os primeiros anos. Hoje, você alcançou o seu melhor para quem você se tornou, segundo tudo que você construiu, o resultado de anos de lapidação, reflexão e coragem. Eu nem sei se você sabe de verdade quão importante você foi e é para nós, mulheres, quantos caminhos você desbravou e manteve abertos para que mais gente viesse depois.
Você, minha amiga, com seu enorme potencial de transformação, é motivo de orgulho. Aqui e todos os outros dias, eu celebro você.
Viva a CLAUDIA!
Um enorme beijo de sua admiradora e fã,
Isabella D’Ercole
Colaboradora do mês
Que privilégio é ter Nana Moraes (@nanamoraes_fotografia) em nossa edição de 60 anos! Ela fotografou Adriana Esteves e Renata Sorrah para nossas capas. A fotógrafa, formada em jornalismo, tem uma longa história com CLAUDIA e a Editora Abril.
Por décadas, Nana viajou com as equipes da revista para registrar as mulheres que protagonizavam as capas, além de outras matérias publicadas. Seu talento para destacar a beleza única das pessoas lhe rendeu o favoritismo das editoras do título e das estrelas – foi só falar o nome de Nana que Adriana e Renata toparam na hora nossa proposta.
Mas o apego de Nana com CLAUDIA, cuja parceria levou a diversos prêmios, não tem a ver só com sua trajetória na revista. Nana nasceu numa família de fotógrafos e foi influenciada por seu pai a seguir a profissão. José Antônio, que morreu em 1995, fotografou a primeira capa de revista brasileira com uma modelo em movimento. E adivinha se não foi Ângela Catramby para CLAUDIA, na década de 1970?
Nos anos seguintes, José e Ângela seriam figurinhas repetidas nas páginas do título. Nana também trabalhou em outras revistas da Editora Abril, como NOVA. Em, 2011, ela publicou o primeiro livro da trilogia DesAmadas e está finalizando o segundo volume.
Desde 2017, Nana administra o Retrato Espaço Cultural (@retrato_espacocultural), no bairro carioca de Santa Tereza, que abriga exposições, eventos, apresentações musicais e performances artísticas. Em breve, o lugar terá também um restaurante delicioso, liderado por Lígia Moraes, filha de Nana.
P.s.: junte-se a mim nessa celebração de CLAUDIA! Envie por e-mail ou pelas nossas redes suas memórias e histórias de ligação afetiva com a revista. Vamos publicar os melhores relatos das leitoras no nosso site no decorrer do mês.