Quer ler mais em 2018? Veja 7 autoras imperdíveis
Sete autoras brasileiras e estrangeiras para ler durante o próximo ano
Finalzinho de dezembro. Papel e caneta na mão. Lista de resoluções para o próximo ano. Tá aí uma cerimônia que respeito. Uma das resoluções que está sempre no meu caderninho é a de ler mais. Ler é relaxante, uma distração, mas também um ganho imenso de cultura, um exercício de atenção e foco. Caso você se inspire, deixo aqui uma listinha de mulheres que precisam ser lidas no próximo ano. Tem para todos os gostos. Aproveite!
1. Scholastique Mukasonga
A ruandesa escapou do massacre em seu país, onde morreram 26 de seus familiares. Radicada na França, passou a escrever sobre suas experiências, as tradições de seu povo, os laços na comunidade em que vivia. Há dois lindos relatos, A Mulher de Pés Descalços e Nossa Senhora do Nilo (ambos da editora Nós). O primeiro é extremamente tocante, fala sobre sua mãe, a saudade e as tradições que cabiam à matriarca em sua cultura.
2. Conceição Evaristo
Vencedora do Prêmio CLAUDIA na categoria cultura deste ano, a mineira de 70 anos escreve sobre a realidade da população negra no Brasil. Seus livros, entre eles Insubmissas Lágrimas de Mulheres (editora Malê), colocam a visão da mulher sobre a luta contra o preconceito e pela igualdade de direitos e tratamento na sociedade.
3. Rupi Kaur
Os poemas da indiana viralizaram nas redes sociais durante todo o ano. Com forte cunho feminista, discutiam os desafios enfrentados em relacionamentos. Tudo isso em descrições breves, de fácil compreensão, mas de impacto profundo. Outros Jeitos de Usar a Boca (editora Planeta) foi best-seller e ficou meses na lista dos mais vendidos do New York Times.
4. Roxane Gay
É uma história comum, por mais que não gostemos. Aos 12 anos, sofreu um estupro coletivo. Entre os estupradores estava o menino por quem a americana era apaixonada. Os meninos espalharam pela escola que ela teria transado por vontade própria, o que lhe rendeu a fama de galinha e anos de bullying. Para compensar a tristeza e insegurança, começou a comer compulsivamente – pesou mais de 200 quilos. Hoje, é uma das feministas mais poderosas da internet. E tem dois livros avassaladores no tema: Má Feminista (editora Novo Século) e Fome: Uma Autobiografia do Meu Corpo (editora Globo Livros), o mais recente.
5. Nadia Hashimi
Outras culturas me fascinam. Ainda mais quando envolve o tratamento de mulheres e atos que nós, ocidentais, consideramos ofensivos e violadores de direitos. A americana filha de pais afegãos escreve A Pérola Que Rompeu A Concha (editora Arqueiro), ficção sobre o costume bacha posh, que permite à menina se vestir e ser tratada como menino até chegar à puberdade. Assim, ela ganha o direito de ir à escola, ter liberdade. Sua trisavó, séculos antes, havia feito a mesma escolha. A delicadeza com que ela mistura visões de tempos diferentes e mostra um Afeganistão diferente do que estamos acostumados a ver é envolvente.
6. Sylvia Plath
A americana tem apenas um romance publicado, A Redoma de Vidro (Biblioteca Azul), mas é considerada escritora formidável.No livro, a personagem protagonista sofre de transtornos psicológicos. Alguns estudiosos afirmam que o texto teria toques autobiográficos, já que suspeita-se que a autora sofresse de transtorno bipolar ou depressão.Através de seus diários, recém-publicados, demonstra as dificuldades de uma mulher que se via aprisionada por uma sociedade machista.
7. Elvira Vigna
Os títulos da carioca chamam atenção: Coisas Que Os Homens Não Entendem, O Que Deu Para Fazer Em Matéria de História de Amor, O Assassinato de Bebê Martê. Os livros são ainda melhores, entregam tudo o que o título cria de expectativa. São profundos, com realismo que chega a assustar, a fazer questionar sentimentos próprios. Em 2010, ganhou prêmio de ficção da Academia Brasileira de Letra com Nada a Dizer (este e todos os outros da Companhia das Letras).