Há alguns meses encontrei na internet um texto sobre as tradições antigas do casamento. Entre a chuva de arroz e o buquê de noiva, estava a história de como surgiram as madrinhas: na Roma Antiga, era comum que a noiva precisasse viajar até o local onde encontraria seu noivo e, para evitar que no caminho encontrasse perigos como sequestros, tentativas de assassinato ou maldições, as damas de honra se vestiam igual a noiva e a acompanhavam em cortejo para tentar despistar bandidos e, também, maus espíritos.
Hoje em dia os deveres das madrinhas não são mais tão perigosos – ufa! – mas gosto de pensar que elas são as amigas que, de fato, fariam de tudo pela noiva. Mesmo antes de ser pedida em casamento, eu já sabia quem eu queria ao meu lado nesse momento tão especial.
A Ste é minha amiga mais antiga – literalmente conheço ela desde que nasci. Nós éramos vizinhas e brincávamos eu, ainda no carrinho, e ela, uma menininha de olhos azuis e cabelo enroladinho. A Juliana, que carinhosamente chamo de Juma, foi a amiga mais companheira na adolescência e se tornou, também, melhor amiga do Lu. A Mah, a Marina e a Thais são as amigas da faculdade que ficaram pra vida: sempre presentes nas felicidades e perrengues do dia a dia. Tenho certeza que qualquer uma delas daria uma surra no bandido que tentasse me roubar!
Leia mais: Elopement wedding: Onde fazer, como organizar e quanto custa
Desde o início dos preparativos, queria fazer alguma coisa especial pra elas. Estudei a vida inteira em colégios internacionais – na Escola Internacional de Curitiba e no St. Paul’s School, em São Paulo – e tive muita influência da cultura americana. Todas as ocasiões temáticas são comemoradas com muito empenho e, no casamento, não poderia ser diferente. Queria seguir algumas dessas tradições menos comuns aqui no Brasil, principalmente quando se tratava das madrinhas. No hemisfério norte, muitas noivas fazem um convite oficial para as amigas serem suas madrinhas e eu sabia que queria fazer disso um acontecimento memorável.
Por sorte, meu caminho se cruzou com o da Adriana Lira, que é responsável pelas delícias brasileiríssimas da Dona Doceira, e ela me sugeriu um formato inusitado de evento. Ela e a Amélia Andrade, sommelier de chás, organizam degustações harmonizadas com chá. Eu nunca soube muito sobre a bebida – sempre achei que era só “deixar o saquinho na água” e pronto – mas isso foi até conhecer o trabalho da Amélia. A arte de receber tem tudo a ver com o meu trabalho em CLAUDIA e com o gostar de acolher os meus convidados em casa, mesmo que seja para um encontro rápido. Fui apresentada a um mundo de possibilidades e sabores que eu jamais teria experimentado sem a ajuda delas e tive certeza que era algo que minhas madrinhas iriam curtir também.
Combinamos algumas surpresas – afinal, as amigas não sabiam do que se tratava o evento! A decoração ficou por conta da Amélia, que trouxe a proposta de usar bules como vasos numa mesa digna da realeza, com suas louças decoradas. Para completar, todas as forminhas, menus e marcadores de lugar foram fornecidos pela Piperina, que recorta à laser verdadeiras obras de arte em papel. O toque final foram as flores da MimoEmFlor deixaram o dia mais colorido e alegre. E, para registrar tudo isso, o olhar do querido Julio Casanova através das suas lentes. A Ste e a Juma viajaram de Curitiba só pra estarem em São Paulo nesse dia. E não precisei contar muito para convecê-las: eu disse, apenas, “preciso de vocês aqui nesse fim de semana. Marquei o primeiro evento oficial do casamento” e, como resposta, recebi as informações de voo de cada uma. Me senti tão querida! Não foi fácil guardar segredo, mas a emoção na hora compensou todo planejamento.
Leia mais: https://beta-develop.claudia.abril.com.br/moda/anel-de-noivado-celebridades/
Chegamos ao espaço da Dona Doceira, no Itaim, e fomos recepcionadas com um refrescante chá gelado.
Quando entramos no pequeno e charmoso salão onde a mesa estava montada o mistério foi relevado: os marcadores de lugar acompanhavam um cartão, delicadamente caligrafados por Valéria Fabiano, que trazia o tão esperado pedido: Will you be my bridesmaid?
Nesse momento os braços se arrepiaram e não teve um par de olhos que não se encheu de lágrimas. Dever cumprido!
Leia mais: Decoração de casamento com mosquitinho é puro amor!
A dupla Duo Encanto contribuiu com a suave combinação de voz e violão que embalou cada momento.
E então, o lanche foi servido em três partes, cada uma harmonizada com o chá que realçava melhor os sabores. Amélia nos ensinou um pouco sobre as regras de etiqueta e nos deu dicas de como ser melhores anfitriãs.
Leia mais: União estável: entenda o que é e quais são os direitos
Os docinhos da Adriana ficaram ainda mais surpreendentes acompanhados de chá verde e preto. E, claro, não é festa sem bolo!
Não poderíamos deixar de brindar um dia tão bonito. Para fechar, a entrega de mimos muito especiais. Uma das minhas artesãs preferidas, a Pamela do Studio Pamelitas, personalizou pratinhos porta-anel com o nome de cada uma das meninas.
O evento, planejado com tanto carinho e com fornecedores tão atenciosos, superou qualquer expectativa que eu poderia ter tido. O momento vai ficar na memória de todas que participaram pra sempre! A emoção que quase fez explodir meu coração me fez pensar no significado de tudo isso: comemorar nosso casamento envolve todas as pessoas que nos cercam e se pudermos contagiar nossos colegas, amigos e familiares com um pouco do nosso amor, tudo terá valido a pena.
Leia mais: Lua de mel: Iporanga é destino nada óbvio pra casais aventureiros