Quando comecei a escrever aqui no blog, faltavam mais de 500 dias para o nosso casamento. O tempo voou e agora faltam menos de 150. Senti que, a essa altura, os afazeres de noiva lotaram a minha agenda muito mais do que antes. Com 5 a 6 meses de antecedência, tomamos as decisões mais importantes para que o tão esperado evento ficasse com a nossa cara. O que tem sido mais desafiador neste momento é encontrar um meio-termo entre o nosso estilo e o que é feito convencionalmente. Se você, como eu, é uma noiva exigente e que tem a autenticidade como uma das suas prioridades, prepare-se! Vai ser preciso um pouco de ginástica para encontrar fornecedores que executem suas ideias do jeito que você imaginou. Mas não se preocupe. Com um pouco de paciência e negociação, você chegará lá!
Desde o início, eu e meu noivo já tínhamos uma imagem muito clara do que queríamos – e isso fez toda a diferença. Para mim, foram anos juntando referências e ideias até de fato organizar o casamento. Percebi que quanto mais informação eu tinha, mais fácil era de distinguir aquilo que eu gostava daquilo que eu não gostava. Portanto, pesquise muito! No fim das contas, o termômetro é a própria emoção: se o coração acelera ou se os olhos se enchem de lágrimas, é isso!
Uma das coisas que eu mais antecipava era a escolha do vestido de noiva. Como era de esperar, eu não achei meu vestido ideal logo de cara. Meus modelos preferidos eram de estilistas estrangeiros, e não seria possível encontrá-los no Brasil. Cheguei a ir no trunk show (exposição antecipada das peças da nova coleção) de uma grande grife, mas percebi que o produto real não correspondia às minhas expectativas, inflacionadas pelo Pinterest e Instagram. E, de repente, me peguei pensando: “Por que a gente tem mania de pensar que o que vem de fora é melhor?”. A partir disso, decidi procurar uma marca brasileira que entendesse minhas ideias. Esse encontro também não rolou de primeira. Fui a quatro ou cinco ateliês até conhecer a Carol Hungria, que me conquistou. Eu mostrei a ela minhas dezenas de referências e ela abstraiu o que era essencial para desenhar o MEU vestido. Quando nós juntamos as amostras de tecidos e materiais sobre a mesa, eu me enxerguei como noiva. E lá estava: o coração acelerado. Foi tudo de que eu precisava para saber que tinha encontrado a pessoa certa para trazer para a realidade o tão sonhado vestido.
Agora, fazer o vestido do zero tem seu lado ruim: ele não existe! Por isso, pode ficar difícil visualizar o resultado desde o começo. O processo tem várias etapas. Por enquanto, fiz uma primeira prova do formato em algodão cru, só para acertar medidas e fazer ajustes de estrutura. Na próxima prova, marcada ainda mais pra frente, é quando vou poder ter uma ideia mais real de como vai ficar nos tecidos escolhidos. Então, minha dica é: se você for uma noiva muito ansiosa, procure um vestido pronto. Mas, se conseguir controlar os nervos e optar por customizar um modelo, junte suas ideias em um moodboard, painel de referências visuais para representar o conceito que deseja. O meu tinha conjuntos de imagens específicas para a saia, para o decote e para as texturas e acabamentos que eu imaginava. Assim não tem como errar, né? Veja algumas das imagens que me serviram de inspiração abaixo.