Tenho 25 anos, um bom emprego na área em que me formei e me considero uma boa profissional. No entanto, não sou apaixonada pelo que faço e tenho muito mais prazer em outras atividades da minha vida, como correr, surfar, viajar com as amigas e ler livros policiais. Será que escolhi a carreira errada? Eu deveria ser louca pelo meu trabalho?
Ser apaixonada pelo trabalho ou pela sua escolha de carreira é uma vantagem, mas está longe de ser a única opção. Depois de mitificar a realização profissional como a única forma de ser feliz, os gurus da geração millennials estão revisando o conceito. A obrigação de ter que amar o que se faz vem restringindo os campos de atuação dos jovens, bem como sua disposição de garantir sua autonomia financeira. Por essa linha de pensamento, parece que se você não vibra com a ideia de pular da cama toda segunda-feira de manhã para ir para o trabalho, a sua atividade (que vai garantir seu sustento e todas as coisas boas que você puder bancar) não é digna do esforço. A realização pessoal e o prazer podem, sim, vir de outras áreas: do esporte, dos amigos, da família e das viagens. E o trabalho? Tem que ser feito com competência e seriedade. Se você for capaz de se divertir com ele, sorte sua. Se não, trate de fazê-lo muito bem para que ele garanta seu acesso a tudo o que você realmente gosta de fazer.
Cynthia de Almeida é colunista de CLAUDIA e escreve semanalmente aqui no site. Para falar com ela, mande um e-mail para redacaoclaudia@gmail.com