Operação: Lioness bate recordes e traz Zoe Saldaña em papel marcante
Atriz lidera um elenco feminino de peso em uma história que é vagamente inspirada em uma operação real da CIA e que é hoje uma das mais assistidas do ano
Juro que já tinha me comprometido de comentar sobre a série Operação: Lioness antes da notícia da semana que confirma o sucesso: quase 6 milhões de visualizações na Paramount + ao redor do mundo fazem da série uma das mais assistidas do momento. E te digo: vale cada minuto.
Estrelada por de Zoe Saldaña e Laysla DeOliveira, a série tem como coadjuvantes astros do calibre de Nicole Kidman e Morgan Freeman, confirmando o prestígio do showrunner Taylor Sheridan, que vem trabalhando com maior frequência com os maiores astros de Hollywood. Podemos afirmar que ele que é um dos melhores roteiristas do momento em Los Angeles e assina ótimos suspenses: Sicario e A Qualquer Custo (Hell or High Water) que, assim como Sicario, teve indicação ao Oscar; Terra Selvagem (Wild River); Sem Remorso; Tulsa King; The Mayor of Kingstown; Yellowstone, 1883 e 1923. Perdeu o fôlego? Aposto que sim. Com o sucesso combinado de 1883 (mais de 2 milhões de viewers)eOperação: Lioness, ele tem a liderança absoluta de público em 2023.
Quem o acompanha sabe que os conteúdos de Sheridan têm um lado de western que se pensaria mais adequado para o público masculino, mas ele sempre inclui personagens femininos fortes e complexos, por isso é gostoso ver que a química entre o trio principal de Operação: Lioness funciona tão bem. A operação “Leoas” é inspirada em um programa real da CIA, que foi criado para realizar buscas culturalmente sensíveis sobre mulheres hijabi no Iraque e no Afeganistão e que aqui foca nas mulheres selecionadas pela agência de inteligência americana para se infiltrar no âmbito familiar de perigosos terroristas.
Como agentes disfarçadas elas correm seríssimo risco de vida, porque é praticamente uma operação de suicidas, como descobrimos bem cedo. O curioso é que o showrunner não iria se envolver com o projeto além da proposta original, dando o controle da série para Thomas Brady, mas quando Thomas se desentendeu nos bastidores e saiu, forçou a presença do próprio Sheridan, que agora assina todos os episódios. Bom pra gente!
Nicole Kidman, com sua voz soturna e sussurrada que vem marcando os últimos papéis de sua carreira, é Kaitlyn Meade, a chefe de Joe (Zoe Saldaña), que tenta com muito custo equilibrar sua vida pessoal e profissional como líder de uma das operações da CIA na guerra contra o terror. Depois de ter que encontrar uma substituta para encobrir a agente que perde em campo (preparem o estômago, porque a abertura da série e é de deixar a gente sem ar), Joe alista a agressiva fuzileira naval chamada Cruz (Laysla De Oliveira) com a missão de fazer amizade com a filha de um bilionário ligado a grupos terroristas. Todos estão correndo contra o relógio para frustrar a tentativa de repetir o abarquede 11 de setembro.
Em uma narrativa não linear, acompanhamos como Cruz – uma mulher abusada psicologicamente e fisicamente – é a pessoa ideal para a Operação, assim como vemos que, para sobreviver, Joe (Zoe Saldaña) tem uma vida paradoxal com marido e filhos, sem se conectar com ninguém em particular. Tudo é extremamente convincente e a falta de confiança mútua é necessária, justificada e se transforma rapidamente em um elemento incômodo que nos deixa adivinhando o que pode acontecer. Típico Sheridan, com personagens duras, determinadas e expostas à cenários perigosos, já está claro que as duas terão que tomar algumas decisões extremadas mais à frente.
Nos três episódios, Operação: Lioness foi tudo menos obvia, e o que a torna ainda mais interessante é que é uma série de espionagem e ação crível, mas com protagonismo feminino. Serão apenas oito episódios, ou seja, mais uma vez algo curto, mas poderoso. Recomendo acompanhar!