Coloco uma pergunta para a leitora da coluna, quem nunca (mesmo em segredo) se rendeu aos sonhos do mundo encantado das princesas da Disney e não suspirou (mesmo secretamente) pelo romantismo de suas histórias? Eu amo todas elas (com um lugar especial para Ariel, Bela e Jasmine). Na pandemia consegui matar as saudades delas maratonando os desenhos quando pude.
Tem material para falar de cada uma ao infinito, porque sou realmente apaixonada por elas. Não foi à toa que foi uma princesa que mudou toda a história do estúdio da Disney, quando, em 1937, Branca de Neve e os Sete Anões chegou aos cinemas.
Depois dela, Cinderella e Aurora, de A Bela Adormecida, fecharam por muitos anos a “trinca da nobreza”, mesmo que fosse com o posicionamento ultrapassado de uma mulher passiva, que precisava ser salva e cujo símbolo de felicidade eterna estava no casamento. Elas são lindas assim mesmo.
O hiato entre as princesas durou quase 30 anos, até que Ariel sacudisse o fundo do mar com A Pequena Sereia. A jovem rebelde marcou a virada da realeza feminina, com novo perfil que vem se atualizando a cada geração, com Jasmine de Alladin, Bela de A Bela e a Fera, Pocahontas, Tiana, Rapunzel e Moana, entre outras.
Ariel, aliás, é quem salva o príncipe (não apenas uma vez, mas duas!); Bela não se liga em aparências; Pocahontas ensina tolerância; Mulan confirma que mulher pode lutar; Tiana dá exemplo de alcançar o sonho por meio do trabalho e tem até princesa, como a Merida, que recusa a se casar com um príncipe. A chance de maratonar as princesas – todas disponíveis no Disney Plus – é um programão (confesso, mesmo fora da faixa etária do público-alvo).
O interessante é que a Disney se manteve antenada para não se afastar de seu público feminino, como Luiza Queiroz, head de Franchise Marketing Brasil da Disney, que conversou comigo. Luiza cuida de toda a parte das princesas na América Latina e está à frente da campanha É Hora de Celebrar – Coragem e Gentileza, que almeja encorajar solidariedade e bravura entre jovens meninas. A campanha será divida em várias etapas, mas todas compartilham histórias de empoderamento e superação.
Ana Claudia: Qual a sua princesa preferida?
Luiza: Ariel continua sendo a minha favorita, porque ela conecta vários mundos e ainda é uma danada (risos)! Gosto muito dela. Ela vai atrás e consegue, persevera o seu sonho. Também gosto de Moana, que quer lutar pelo povo dela, sem príncipe na história e está tudo certo.
Ana Claudia: Como começou a campanha?
Luiza: É uma evolução da campanha que começou em 2015 para reforçar que ser uma princesa Disney é muito mais do que uma coroa, é uma atitude. Falar de coragem e gentileza é pertinente, porque são valores fundamentais no nosso “novo normal”.
Ana Claudia: Como o Brasil se conecta com a campanha? Qual é a “princesa” brasileira?
Luiza: A mulher brasileira é o centro da família, tudo depende dela, por isso o empoderamento é tão importante. Uma das histórias mais emocionantes que vamos trazer é a da Késia, uma menina que sonha ter sucesso jogando futebol. Estamos apaixonados por ela, que tem 18 anos, mas é super inspirada pela Moana. A história da Késia é muito poderosa para inspirar outras meninas.
Além disso, teremos livros com ilustradoras, o lançamento de curtas dentro do Disney Plus e também no pilar da moda para lançar novas coleções, de roupas e joias, incluindo até uma linha de noivas. Há muita coisa no universo das princesas! É para todas as idades!
Ana Claudia: Quando você era pequena, você imaginava que um dia trabalharia com princesas?
Luiza: Não! Mas a vida é assim: o inimaginável! (risos)