Uma pesquisa do Instituto Akatu de 2018 inquiriu que o brasileiro trabalha, em média, 1.737 horas por ano – o que representa cerca de 20% do tempo de vida de uma pessoa no período de 12 meses.
Com a ascensão (e permanência) do home office, setores de Recursos Humanos passaram a avaliar a necessidade de transformar a casa em um ambiente acolhedor, que estimule a produtividade e o bem-estar.
O que diz a ciência
Na Universidade da Califórnia, foi conduzida uma meta-análise para entender como a luminosidade, bem como a harmonia das cores podem interferir na capacidade de vitalidade mental e produtividade.
Segundo o médico psiquiatra Petrus Raulino, do Vera Cruz Hospital e do Vera Cruz Casa de Saúde em Campinas, “ambientes marcantes e organizados podem criar memórias agradáveis que nos ajudam a experimentar estados mentais de descanso, tranquilidade e paz. Esses estados mentais permitem que os recursos intelectuais do profissional sejam direcionados com maior eficiência para a entrega no trabalho”.
A psicologia da arquitetura
Em vista disso, no ramo da arquitetura isso foi traduzido em uma nova área de estudo – a neuroarquitetura, que estuda como o ambiente físico impacta o cérebro das pessoas.
Segundo a neuroarquitetura, a criação de um projeto deve passar por três etapas: a biofilia, que consiste na conexão da natureza com o ser humano, seja por meio de plantas ou objetos naturais; a experiência do usuário (em inglês, user experience), que consiste em gravar, de forma positiva, um determinado ambiente na memória do usuário; e a neurociência das cores, que determina como o cérebro se comporta diante de informações captadas visualmente.
“Na neuroarquitetura, os ambientes de trabalho são planejados de acordo com a atividade que será desenvolvida em cada setor, de forma que essa ação seja influenciada e potencializada. Pesquisas mostram que o cérebro do ser humano recebe estímulos diferentes quando visualiza cores quentes e frias. Enquanto as quentes ativam áreas responsáveis pelo comportamento emocional e instintivo, as frias ativam o lado racional e intelectual”, afirma Denise Moraes, diretora de projetos e sócia da AKMX Arquitetura Corporativa.
Entenda abaixo como as cores influenciam sua produtividade no home office:
Azul
Associado ao equilíbrio e à tranquilidade, o azul ativa o córtex pré-frontal do cérebro, responsável pela memória de trabalho. Este acessa a memória adquirida e retém a memória da atividade que está sendo executada – o azul, portanto, é ideal para quem passa o dia fazendo brainstorm em reuniões, por exemplo.
Verde
O verde é perfeito para aqueles home offices que exigem muita concentração e foco. Assim como o azul, o verde também ativa o córtex pré-frontal do cérebro; dessa forma, a cor é ótima para estimular a interação e a troca de ideias com harmonia e afetividade.
Branco
O tom mais neutro do espectro de cores, o branco é associado à pureza e serenidade. Geralmente usado como base para outras cores, o branco é capaz de aguçar os sentidos e estimular a percepção, assim, aumentando a capacidade produtiva. Além de home offices, ele também é ótimo para salas de estudo e bibliotecas.
Amarelo
A cor amarela ativa o sistema de recompensa, que é formado por três áreas do cérebro, das quais duas são responsáveis pelo comportamento emocional e afetivo; e a última delas, o córtex pré-frontal, é ativado quando uma ação prazerosa é executada. Assim, a cor amarela pode ajudar aqueles que precisam tornar o trabalho mais prazeroso e agradável.
Laranja
As cores quentes, por definição, ativam o comportamento emocional e instintivo, os sentimentos e a memória afetiva. De todas as cores, o laranja é a mais dinâmica por unir a luminosidade do amarelo e o vigor do vermelho. Assim, o laranja é ótimo para estimular a criatividade e a comunicação; sendo muito útil também em coworkings.
Roxo
O matiz de roxo é responsável por ativar o lobo frontal do cérebro, área encarregada do planejamento de ações e imaginação. Assim, pintar o home office de roxo pode ser considerado por pessoas que desempenham atividades mais criativas e imaginativas, como artistas.
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