Quem é apaixonado por cães e gatos, não abre mão de conviver com os bichinhos em todos os ambientes da casa. Mas, saiba que é preciso prestar atenção em alguns detalhes para criar um espaço seguro, resistente e acolhedor para os pets. Pensando nisso, falamos com a arquiteta Liana Tessler que compartilhou dicas preciosas com a gente.
“A decoração é essencial para dar vida aos espaços e deixá-los com a nossa cara. Mas, para isso, é indispensável que todos os itens estejam em harmonia com cada casa, pensando também no estilo de vida pessoal de cada um, o que engloba garantir um ambiente aconchegante e seguro para os pets usufruirem da melhor forma sem que se machuquem”, afirma a profissional.
Tecidos
Na hora de escolher os tecidos para compor a decoração da casa, o ideal é sempre escolher tramas de fibra sintética, segundo Liana. PVC, polipropileno e fibra reciclada de garrafa PET são alguns exemplos. “Devido a acidez presente na urina dos pets, a fibra natural acaba queimando ao entrar em contato com ela, deixando manchas que não saem mesmo após lavagens”, explica Liana.
Além disso, dê preferência às tramas mais fechadas, pois os bichinhos têm o hábito de ficar cavando sofás e almofadas com as unhas, podendo, assim, danificar tanto as fibras do estofado quanto às patinhas.
“Outro item importante a ser analisado é a escolha das cores dos tecidos: a utilização de dois ou mais tons mesclados, como, por exemplo, o bouclê, ajudam na camuflagem dos pelos que permanecem nos tecidos dos sofás e almofadas, tornando-os mais imperceptíveis a olho nu quando comparado aos tons monocromáticos e mais contrastantes”, afirma a arquiteta.
Essas dicas compartilhadas por Liana podem ser levadas em consideração para todos os tecidos da casa, presentes em estofados, tapetes, cortinas ou até mesmo nas roupas de cama. “No caso específico das cortinas, materiais como linho ou voil podem desfiar com facilidade, então, pensando em praticidade, as persianas em rolô são as mais indicadas”, diz.
Plantas
“Invista em espécies não tóxicas para os animais, e, entre elas, as que costumam ser mais utilizadas em espaços residenciais, como a clúsia, Strelitzia augusta, jabuticabeira (híbrida em apartamentos fechados) e pacová”, explica Liana.
Veja aqui algumas espécies de plantas que são tóxicas para pets e devem ser evitadas em casa: copo-de-leite, antúrio, espada-de-são-jorge, violeta, cyclamen, lírio, bico-de-papagaio, azaleia, dracaena, comigo-ninguém-pode, tulipa, filodendro, hortênsia, dama-da-noite e aspargo-samambaia.
Impermeabilização
“A impermeabilização em estofados feita pela maioria das empresas do mercado é inflamável, sendo prejudicial não apenas aos pets, mas a todos os integrantes do lar”, diz Liana.
Por isso, o ideal é optar pela blindagem não inflamável, realizada por algumas lojas. De acordo com os fornecedores, este tipo de blindagem não muda a cor ou textura original dos estofados e móveis e deve ser feita anualmente.
Móveis
Sobre os materiais a serem escolhidos, os móveis de MDF são os mais recomendados para conviver com animais. Isso porque eles suportam melhor a umidade e são mais resistentes. “Se a casa já tiver móveis planejados instalados e receber um pet após este processo, sprays educativos, que são encontrados em lojas de artigos para pets, podem ser utilizados para afastá-los dos móveis e evitar arranhões e mordidas”, explica.
O spray é diferente para gatos e cachorros, preparado com ingredientes naturais e atóxicos, então seu pet não correrá riscos. “Basta aplicar nos móveis e você nem perceberá, já que o cheiro é indetectável pelos humanos, porém, afastará o seu pet”, afirma.
Outra dica é escolher por móveis que não fiquem em contato com o piso, evitando que o cachorro suba, arranhe e até faça xixi neles. “Uma ideia é colocar rodinhas nos móveis que ficam em posições baixas, que além de facilitar a limpeza, caso o pet faça suas necessidades por perto, pode ser movido do ambiente com facilidade”, recomenda Liana.
Pisos
“A dica é optar por pisos frios, como, por exemplo, os porcelanatos ou vinílicos, pois os animais de estimação se adaptam melhor a essa temperatura. Também são mais fáceis e práticos para limpar”, diz a profissional.
Outro ponto importante na hora de escolher o seu piso é a textura: evite revestimentos muito lisos, pois além de escorregadios, podem ocasionar lesões nos animais.
Pintura
O ideal é optar por tintas sem cheiro e solúvel à base de água, que não utilize solventes ou elementos químicos que possam contribuir para a intoxicação do seu pet.
“A maioria das tintas látex também são consideradas não tóxicas ao pet. Tintas com cheiro mais forte e vernizes devem ser evitados no mesmo ambiente em que seu pet fica, sendo importante sempre manter estes espaços ventilados”, explica.
Objetos decorativos
“Uma ideia é deixar esses objetos expostos em vitrines ou caixas expositivas, protegendo-os não apenas do alcance do seu pet como também de poeiras e possíveis acidentes”, finaliza Liana.