Não tem como evitar comparações… Quando um livro vira filme ou serve de base para a produção de uma série, a gente sempre vai analisar, fazer comparações e buscar o que faltou na adaptação. É o caso da série “Ordem na Casa com Marie Kondo“, que está bombando na Netflix e dividindo opiniões por aí.
Por isso, conversamos com quem entende do assunto para saber o que a série traz de novo e o que ficou de fora (e que faz falta!) em relação aos livros da guru japonesa da organização.
Confira as análises de Luiza Ferro, dona do blog Sem Moldura; Thais Godinho, do blog Vida Organizada; e Raissa Batista, do Blog Que Beleza.
Ponto forte da série: isso não é coisa de mulher!
“Marie assume a bandeira de que é importante que todos se envolvam no processo de organização. Nos episódios, dá pra ver como a mulher é sobrecarregada em casa com as atividades, como não há envolvimento da família no processo de arrumação da casa. Pois com ela isso não funciona! Em todos os episódios ela envolve maridos e crianças nas atividades”, analisa Thais Godinho.
Ponto fraco da série: faltou profundidade
“Senti falta de ouvir mais sobre os conceitos por trás da metodologia que ela criou, e sobre o relacionamento que criamos com as coisas materiais. É natural, mas nos livros, a autora consegue despertar reflexões mais profundas, como o relacionamento que você tem com as suas coisas materiais, como você enxerga a sua casa, como você cuida da sua casa e das suas coisas”, destaca Luiza.
Ponto forte da série: empatia
“Marie Kondo é uma fofa! Quando eu li seu primeiro livro, achei o método radical e senti pouca empatia. Hoje, vejo que o livro talvez tenha tido alguns problemas editoriais. O segundo livro e a série são muito empáticos. A Marie é uma gracinha, se conecta com as pessoas e adapta seu método, que não é radical”, diz Thais.
Ponto fraco da série: faltam dicas para desapegar
“Uma curiosidade que sempre tive ao ler os livros, e que seria ótimo ver na série, é como fazer nos momentos em que temos dúvidas sobre o que descartar. A série mostra diferentes famílias passando pelo processo de definir o que traz alegria, mas sempre tem uma categoria que é mais difícil e pode gerar dúvidas. Gostaria de ver como a Marie Kondo atua nesses casos onde as pessoas têm muita dificuldade em desapegar”, levanta Luiza.
Ponto forte da série: o tempo do processo não é radical
“A série me ensinou que o seu processo de organização não precisa ser radical. Lendo o primeiro livro, dá a entender que você vai pegar um final de semana e fazer um extreme makeover na sua casa, destralhando aquilo que não quer mais (o que eu acho que é um processo que sobrecarrega). Na verdade, em cada episódio podemos ver a quantidade de dias que cada família leva, em uma média de 25 a 30 dias para completar o processo como um todo”, pontua Thais.
Ponto fraco da série: não ensina a dobrar
“O que eu mais senti falta foi de mostrar mais calmamente como se faz as dobras, pois isso não é tão prático e exige treino. Em cada episódio, ela focava rapidamente num item diferente. Até no canal dela no Youtube ela ensina muito rapidinho, se piscar, parece que perdeu um passo”, brinca Raissa.
Ponto forte da série: ver o método na vida real
“É uma ótima oportunidade de ver como o método Konmari se aplica na vida real, com pessoas reais. É claro que nos livros você consegue se aprofundar mais, mas visualmente falando, a série é ótima para enxergar todo o processo de arrumação que ela explica nos livros”, aponta Luiza.
Ponto fraco da série: desordem!
“Gostaria que a série tivesse apresentado as categorias de organização na ordem. Cada episódio retrata diferentes categorias, dependendo da história da família, mas sem necessariamente mostrar todo o processo na ordem que ela propõe. Acho que isso pode ficar um pouco confuso para quem está ouvindo sobre o método pela primeira vez. A autora comenta no livro como seguir a ordem é importante, e na série, ficaria mais fácil de entender se cada episódio fosse focado em uma categoria, seguindo a ordem do método Konmari”, sentencia Luiza.