7 ambientes que provam que preto é sinônimo de sofisticação
Sombrio, pesado? Deixe de lado os adjetivos de sempre. Os projetos a seguir comprovam que essa cor, quando bem dosada, é sinônimo de sofisticação e contemporaneidade. Basta tirar partido da luz natural e lançar mão dos contrastes para que ela se torne luminosa
“O preto agrada quem é antenado, moderno, quem gosta de viver numa casa contemporânea, cercada de tecnologia.” Segundo Elisabeth Wey, presidente do Comitê Brasileiro de Cores, é dessa maneira que o tom aparece na Cartela de Cores Cecal 2016/2017. “Ele voltou com força no mobiliário, nas paredes e nos biombos. Lançamos uma versão de preto maravilhosa, com acabamento perolizado”, descreve. Para a arquiteta Caroline Gabriades, a cor perdeu a fama de triste, soturna e pesada faz tempo. E ganhou novo status. “O mais interessante é ver que, mesmo sem ser protagonista, o preto produz um efeito sofisticado incrível.” Neste apartamento paulistano de 200 m², projetado para uma publicitária, Caroline ousou na sala de jantar. Criou um conjunto quase invisível de aparador e vasos, inteiramente negros sobre parede também preta, que só revela seus contornos quando se ajusta o foco do olhar. Diante dele, todos os elementos claros – as cadeiras com capa de couro off-white (Dpot), o pendente Tom Dixon (Lumini) e a gravura Levitação, de Daniel Senise – ganham destaque. Na foto, aparador de laca alto brilho da Dpot, vasos da LS Selection e tela de James Kudo (Luciana Caravello Arte Contemporânea) decoram a parede negra.
No projeto de Caroline Gabriades, paredes e piso claros realçam as persianas (Luxaflex). Poltronas Beto, de Sergio Rodrigues (Dpot), mesa Lens (B&B Italia) e obra de Kilian Glasner.
No projeto do Studio GPPA, o arranjo mostra como o preto também enobrece elementos que pendem para o rústico – os objetos de tons terrosos da Loja Teo dialogam com a cômoda de palha ebanizada (Olho Interni).
A separação entre os ambientes cabe a um biombo de madeira ebanizada. A estrutura, desenhada pelos arquitetos Olegário de Sá e Gilberto Cioni, traz brises giratórias – basta abri-las ou fechá-las para integrar ou não as salas de estar e jantar. Cadeiras da Casual. Segundo Olegário, o preto tem o dom de passar a ideia de poder e refinamento, sem sobrecarregar o ambiente com informações em excesso. “É uma forma de reforçar a linguagem sofisticada de um jeito limpo e contemporâneo”, acredita. Sua tese fica evidente neste apartamento de 500 m², que ele e o sócio reformaram para um casal com filhos.
No quarto criado pelo Studio GPPA, o biombo de madeira negra (Interni) e o painel de Alex Cerveny (Casa Triângulo) fazem as vezes de cabeceira. A composição é realçada pelo piso ebanizado. Criado-mudo de Sergio Rodrigues (Loja Teo) e enxoval da Casa Almeida.
Na biblioteca projetada por Caroline Gabriades, nichos simétricos compõem a estante de madeira ebanizada (execução da Marcenaria Armatex). “São toques de preto, que aparece somente na estante e na persiana”, explica Caroline.
Situação inversa acontece na escada, projeto dos arquitetos Olegário de Sá e Gilberto Cioni, na qual o preto é o protagonista. “A peça é uma obra de arte, toda metálica”, diz Olegário. “Os degraus, revestidos de granito preto absoluto, destacam a leveza do guarda-corpo calandrado branco.”