Saiba como planejar a aposentadoria depois dos 40
Se não deu para se preparar antes, não fique desesperada: ainda é possível garantir um futuro mais tranquilo. Basta ter disciplina e começar a poupar desde já
Você trabalha e contribui a vida toda com a Previdência Social, imaginando um futuro tranquilo depois que se aposentar. A história parece perfeita, mas na prática ela não funciona bem assim. Segundo dados oficiais, apenas 2% dos aposentados brasileiros conseguem se manter sem nenhuma ajuda financeira, como uma mesada dos filhos. E pior: um estudo do Grupo Aegon mostrou que 54% das mulheres acreditam que poderão contar com a renda do marido na velhice. Os números são preocupantes e servem de alerta: planejar o futuro financeiro é mais do que necessário! O melhor é começar cedo, mas se só agora, quando chegou aos 40 anos, é que você se deu conta disso, não se desespere. Com planejamento e economia, será possível garantir uma fonte extra para quando você parar de trabalhar. Para ajudá-la, montamos um guia com tudo o que deve levar em conta. As dicas são de Patricia Campos, superintendente da seguradora Mongeral Aegon, e do economista Samy Dana.
Seja autossuficiente
Não conte apenas com a Previdência Social nem com a ajuda do marido ou dos filhos. Você deve conseguir se manter sozinha. Apesar da participação ativa no orçamento da família, mais da metade das mulheres se sente dependente da renda do companheiro nos últimos anos de vida. Entretanto, pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que elas têm maior probabilidade do que eles de ficar viúvas. Como não dá para contar apenas com possíveis benefícios deixados pelo marido, como pensões e seguros de vida, faça seu pé de meia desde já!
Controle os gastos excessivos
Historicamente, as mulheres recebem salários mais baixos do que os homens e isso impacta negativamente na aposentadoria. Além disso, como precisam cuidar também dos filhos e da casa, elas muitas vezes passam longos períodos sem trabalhar com carteira assinada. Tendo isso em conta, aperte o cinto para que a aposentadoria não seja um fantasma! Compras por impulso e gastos desnecessários, por mais irrelevantes que pareçam, vão pesar no orçamento. E para complementar a renda mais para a frente é preciso começar a poupar de forma regrada. Isso quer dizer investir devagar e sempre.
Continue ativa
Como você está “atrasada” para o “compromisso” aposentadoria, seria interessante que não abandonasse o mercado assim que completar a idade ou o tempo de trabalho exigido. Além da questão financeira, continuar na ativa, sempre que possível, colabora para a saúde mental e psicológica.
Informe-se
Aprenda a lidar com o dinheiro. Vá atrás de um profissional que a oriente onde e quanto investir para ter um bom retorno. Com mais conhecimento, você consegue se planejar melhor.
Isole um valor
Se você chegou aos 40 sem nenhum planejamento, será preciso esforço e disciplina. Depois de definir quanto será poupado por mês, invista logo para não cair em tentação. Lembrando que esse dinheiro não deve ser usado para outras coisas, ele é para a sua aposentadoria! Para emergências, o melhor é ter alguma reserva na poupança.
Boas alternativas
Como você ficará guardando o dinheiro por uns 20 anos, não vale deixá-lo debaixo do colchão ou na poupança. Há opções melhores: pode ser previdência privada, CDI ou títulos do tesouro. Converse com o gerente do banco sobre taxas e rentabilidades. Depois de escolhido o tipo de investimento, combine a quantia a ser poupada e a periodicidade dos depósitos.
Poupe agora e desfrute no futuro
Pedimos ao economista Samy Dana que fizesse uma simulação tomando como exemplo uma pessoa com 40 anos que planeja se aposentar aos 65. Caso guarde R$ 250 por mês num investimento com rentabilidade de 0,5% ao mês, como em alguns títulos do Tesouro Direto, terá ao final de 25 anos uma aposentadoria mensal de, aproximadamente, R$ 1.200 durante mais 20 anos, ou seja, até os 85 anos. Resumindo:
- Dos 40 até os 65: deposite R$ 250 todo mês em um investimento que renda 0,5% ao mês
- Aos 65 (por 20 anos): receba R$ 1.200 mensais
O mapa do tesouro
O Tesouro Direto são títulos emitidos pelo governo federal para complementar o orçamento público. É como se você emprestasse dinheiro ao governo. Trata-se de uma boa opção para quem quer rentabilidade e segurança. E dá para investir a partir de R$ 30! Os títulos têm prazo de vencimento. Normalmente, quanto maior ele é, melhor o retorno. Você pode comprar um título que vence em 2035, por exemplo. Quando chega a data, o valor corrigido vai para a sua conta. Para aposentadoria, melhor escolher um que tenha prazo grande. Se acontecer algo no meio do caminho, dá para resgatar o dinheiro a qualquer momento, pela internet mesmo. Escolha um banco ou uma corretora para ajudá-la com as transações. Fique de olho nas taxas! Aqui você acha todas as informações sobre o tema.