Grávida de gêmeos, Rejane Toigo recebeu a notícia que morte e vida se encontrariam no dia do parto fazendo daquele o dia mais feliz e ambíguo da sua existência. “Eu fiquei sabendo que um dos meus filhos não iria sobreviver quando eu cheguei no quinto mês de gestação. Nesse período tive que me afastar do trabalho por ser uma gravidez de risco. Os bebês sendo muito grandes lutavam por espaço no útero. Foi um momento muito difícil na minha vida saber que, enquanto um dos meus filhos estava bem, o outro iria morrer”, conta Rejane.
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Mas com ajuda de sessões de terapia, yoga que é praticante há 25 anos e apoio do marido atravessou pela dor indescritível do luto neonatal. ”A natureza fala através da gente e algumas coisas temos que se resignar, não tem solução, não foi uma escolha que eu fiz, não foi nada que fiz de errado, foi um evento aleatório da natureza. Então se ela falou através de mim eu só preciso me resguardar e ouvir”, enfatiza.
Em acordo com o companheiro, Rejane decidiu que não faria o filho sobrevivente reviver o luto do irmão em cada aniversário. “Coloquei na minha cabeça que não iria fazer do nascimento do Vincenzo a morte do Bernardo. Afinal de contas, eu tinha um bebê que iria nascer e ele não merecia que não estivesse inteira para o nascimento dele”, diz. “Então eu sofri intensamente nos primeiros dias que recebi a notícia, mas depois fomos encontrando lucidez, através da realidade que nos assolava”, explica.
Se não bastasse a dor da perda de um filho, Rejane ainda passava por apuros na carreira. Dentista por formação, já havia tido uma escola de yoga que fechou as portas e atuado por um tempo na área do varejo. Na época em que viva o luto do seu filho tentou abrir uma loja infantil em Caxias do Sul – RS, mas infelizmente o negócio fracassou.
“Ouvi de um professor meu do MBA, que o futuro estava nas redes sociais e internet. Então resolvi apostar nisso. Meu pai sempre me ensinou que conhecimento é algo que ninguém nos tira, por isso, mesmo com pouco dinheiro, investi em cursos, a maioria do exterior, sobre o tema”, conta.
Em 2010, com a cara e a coragem abriu sua empresa de mídias digitais, no mesmo quarto que dormia. Na época, pouco se falava sobre o potencial da internet para ganhar dinheiro, a procura era baixa, mas isso não desanimou a empreendedora.
Assim, surgiu a Like Marketing com fundação mais concreta um tempo depois. “Foi mais ou menos nessa época que o Facebook lançou uma campanha em que oferecia cursos sobre gerenciamento de anúncios a empresas que investissem cerca de mil reais nas redes sociais. Eu fui atrás e consegui convencer um cliente a dispor desse montante para que eu pudesse aprender sobre anúncios em redes sociais e em troca ajudá-lo com isso. Felizmente deu certo”, comemorou.
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Em 2013, aconteceu um dos marcos mais importantes da empresa de Rejane: ao vender cursos online de capacitação em produzir e vender online obteve um crescimento de 20 mil para 100 mil alunos em seis meses. E assim encontrou o foco de atendimento do negócio: pessoas e empresas que queiram ministrar cursos a distância.
A empreendedora trabalha hoje com mais de 30 profissionais com diferentes formações acadêmicas e experiências. A empresa também é focada no desenvolvimento da estratégia e na produção de conteúdos para redes sociais, sites e blogs, além de gerenciamento de mídias digitais.
Rejane coloca em prática seus ensinamentos em um canal do YouTube que já atingiu 5 milhões de visualizações, nele ela fala sobre marketing digital e neuromarketing (Clique aqui para conferir).