O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) entrevistaram 601 consumidores de ambos os sexos e de todas as idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras para uma pesquisa. Nela, foi descoberto que quatro em cada dez brasileiros (43%) irão utilizar ao menos parte do 13º para a compra de presentes de Natal. Além disso, 31% dos entrevistados pretendem destinar os recursos a uma poupança ou a investimentos, enquanto 24% planejam quitar dívidas para organizar a vida financeira. Entretanto, a opção de economizar ou investir caiu de forma significativa em relação ao último ano, quando 46% tinham este destino para o montante. Em contrapartida, aumentou-se o percentual de pessoas que não sabem o que farão com o 13º salário: neste ano, elas são 16%, contra 5% no ano passado.
Nesta segunda-feira (30), os trabalhadores que possuem direito ao benefício receberam a sua primeira parcela, referente a 50% do valor total do 13º salário. Vale lembrar que aqueles que pediram o adiantamento deste valor nas férias, contudo, não recebem este primeiro pagamento, mas apenas a segundo, que deve ser feito até 18 de dezembro.
Você também não sabe o que fazer com esse dinheirinho extra? Confira, a seguir, os conselhos de alguns especialistas.
Pague as dívidas
“O dinheiro do 13º deveria ser primeiramente pensado para pagar dívidas pendentes, empréstimos ou para investir. Se o consumidor tem apenas uma dívida em aberto, é mais fácil resolver o problema. Caso exista mais de uma, o ideal é escolher aquela que está atrasada ou optar pelo valor com juros mais altos, como, por exemplo, cheque especial e cartão de crédito”, orienta Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. “Para quem tem financiamento, negociar e antecipar as últimas parcelas pode render mais que um investimento”, alerta Jaques Grinberg Costa, empresário, coach e palestrante.
Faça uma reserva financeira
“Guardar é sempre a melhor opção e, mesmo se for gastar, guarde um percentual do valor recebido. Preferencialmente, entre 20 e 30% do total”, ressalta Jaques. “Antes de comprar qualquer coisa, precisamos nos perguntar duas ou três vezes se realmente precisamos daquilo. Uma dica é não comprar por impulso e, se possível, deixar para outro dia. Se realmente for importante, você voltará à loja. Esta é uma dica poderosa para quem deseja começar a economizar mas tem dificuldade!“, ensina o especialista.
Invista
Se você não tem dívidas, esta é uma ótima oportunidade para investir. Pode ser em algum fundo de investimentos, em uma previdência privada ou mesmo em um novo negócio para mudar de vez de carreira ou complementar a renda familiar. “É importante conhecer as opções e avaliá-las de acordo com o seu perfil: conservador, moderado ou que gosta de arriscar. Verifique também os prazos, pois existem aplicações com rendimentos diários, mensais e alguns outros com longas carências para resgate. Se você quer e vai começar a guardar dinheiro, é importante estudar bastante e acompanhar as tendências do mercado financeiro”, pontua Jaques.
Defina um limite para os seus gastos
José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, aposta que a educação financeira não envolve abandonar certos hábitos, como deixar de comprar presentes de Natal, por exemplo. Para ele, o importante é ter a consciência da importância de escolher mimos criativos que estejam dentro do orçamento. “A palavra-chave é a organização. Primeiro, faça uma lista de pessoas que deseja presentear e comece a pesquisar valores das lembrancinhas de Natal. Depois, defina um limite de gastos e respeite-o. Neste caso, trocar os presentes para a família toda pelo amigo secreto pode ser uma boa forma de economizar dinheiro”, aponta.
Da mesma forma, para Marcela Kawauti, caso o consumidor realmente queira utilizar o 13º para a compra de presentes para a família e amigos, “a dica é não dividir em muitas parcelas, para não sobrecarregar o orçamento com as contas de início de ano, e também comprar presentes mais baratos, as famosas lembrancinhas”, explica. “Com o dinheiro na mão, o ideal é fugir dos parcelamentos e negociar descontos atrativos nas lojas, preferencialmente pagando à vista”, completa a especialista.