Não existe cabelo bonito sem couro cabeludo saudável. “Se essa região não for bem cuidada, pode prejudicar o crescimento dos fios, gerando até a queda”, alerta Marcela Buchaim, farmacêutica bioquímica especialista em tricologia e terapia capilar, do Spa do Cabelo, em São Paulo. A boa notícia é que, segundo dados de um levantamento feito pela marca francesa Kérastase, 80% dos problemas (como oleosidade, caspa e perda de fios) são causados por poluição, estresse, má alimentação, excesso de química – ou seja, apenas 20% são de causa genética. Isso significa que, na maioria dos casos, aprender a cuidar do couro cabeludo é meio caminho andado para voltar a ter um cabelo bonito.
Leia mais: Saiba como combater os 4 problemas mais comuns do couro cabeludo
“Um couro cabeludo saudável pode não fazer os cabelos crescerem mais do que eles estão programados geneticamente, mas, se ele estiver danificado, faz com que os fios cresçam menos e fiquem mais quebradiços”, diz o tricologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC). O motivo? “Pessoas com o couro cabeludo inflamado não têm fios bem queratinizados e densos, nem um folículo que produza células para a formação de uma boa haste capilar”, complementa a dermatologista Cláudia Marçal, de Campinas (SP). Por outro lado, quando está saudável, ele não apresenta vermelhidão e é macio.
O passo número um para garantir um terreno sempre fértil é a lavagem, que evita o acúmulo de células mortas, óleo e resíduos de produtos, os causadores das inflamações e do atraso no ciclo de crescimento dos fios. No banho, massageie o xampu com a ponta dos dedos e use água morna, em torno de 25 °C. “Mais que isso estimula a produção das glândulas sebáceas, aumentando a oleosidade”, ensina Mabe Freitas Gouveia, dermatologista da Clínica Valéria Marcondes, de São Paulo. O ideal também é ir para o chuveiro em dias alternados. “Assim, você não exagera na eliminação da proteção natural, o que gera o efeito rebote, com direito a acúmulo na raiz”, continua. “E sempre enxágue bem para não obstruir folículos e permitir uma melhor nutrição dos fios”, diz Mabe. Tem mais: dormir com o cabelo molhado, nem pensar!
Leia mais: 8 maneiras de prolongar a cor dos cabelos sem gastar muito
No caso dos xampus, o principal é entender que existem dois tipos – o de limpeza profunda e o de hidratação. O primeiro, que deve ser usado, em média, a cada 15 dias, elimina as células mortas, reduz a oleosidade e limpa profundamente o couro cabeludo. “E ainda pode ter função antifúngica, antiqueda e antissensibilidade”, fala Claudia. Em seguida, vem o de hidratação. “Se estiver curtindo praia ou piscina, eles são ainda mais indispensáveis para repor os nutrientes perdidos”, ensina Marcela. Há também os pré-xampus, que preparam o cabelo para receber o xampu e reduzem a quebra. “Eles devem ser usados no cabelo seco, dez minutos antes da lavagem, de acordo com a sua necessidade”, afirma Mane. Esfoliar o couro cabeludo é outra dica boa. “Uma vez a cada uma ou duas semanas, a esfoliação ajuda muito na limpeza. Só evite os grânulos grossos, que podem causar lesões”, diz Marcela.
Barrar os efeitos da poluição e de outras agressões externas, como água com muito cloro e sol, é indispensável. “Mar e piscina fazem o cabelo perder as proteínas essenciais. Enquanto isso, os raios UV causam a abertura da camada externa dos fios, deixando-os mais vulneráveis e potencializando a ação corrosiva”, alerta Mabe. Como lidar? “Use filtros solares capilares e, após o banho de piscina, tome sempre uma ducha com água corrente para tirar o excesso de cloro”, ensina a dermato.
Leia mais: Escova inteligente escuta o cabelo e avalia frizz e ressecamento
Vale ainda ficar de olho nos hormônios. Comuns principalmente durante a gravidez ou no período menstrual, as desordens nas taxas dessas moléculas são gatilhos para um couro menos saudável, enfraquecido e oleoso. O da tireoide, por exemplo, quando desregulado, causa afinamento e queda do fio, assim como o nível aumentado de cortisol.