Gabriela Manssur lança canal para proteger mulheres de violência política
Por meio do projeto Politicas de Saia, a promotora Gabriela Manssur irá unir forças entre mulheres de diversos espectros políticos
Igualdade entre homens e mulheres? Sororidade? Expectativa, realidade. Na prática é bem diferente. Nós mulheres ainda estamos afastadas da política por falta de apoio e incentivo e, quando nos aproximamos e tentamos ocupar esse espaço, muitas vezes sofremos ataques contra a nossa honra, moral, integridade física, psicológica, direito à nossa liberdade e privacidade.
Ultimamente, chama atenção o fato de que, se você não pensa como algumas mulheres querem que você pense, há a ofensa, o “cancelamento”, como se todo o trabalho que você desenvolveu por anos não tivesse valor, o que representa um verdadeiro retrocesso, porque cala a voz de uma mulher que pode representar muitas mulheres. Senti isso na pele. Resolvi agir!
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O projeto Politicas de Saia promete mudar essa realidade: mulheres se apoiando, se incentivando, se unindo para lutar pelos direitos políticos de todas, independentemente se ela é de esquerda ou de direita. Seremos todas lideranças políticas, um grupo com diversidade ideológica, respeito e esperança: a nossa bandeira é pink.
Nesse último ano que passei a trabalhar em Brasilia, convivi com parlamentares, candidatas, mulheres em cargos de liderança e percebi a necessidade de uma pesquisa, de um levantamento de dados para diagnosticar qual o cenário politico atual para as mulheres brasileiras: o que elas pensam, o que elas querem, o que elas precisam. Só assim poderemos cobrar politicas publicas e comprometimento dos partidos políticos, do poder público e da sociedade.
E, assim como tive a intuição do sucesso do Justiceiras, que já atendeu mais de 8000 mulheres vítimas de violência e se tornou o maior canal multidisciplinar online do mundo, estou com a intuição de que a ampliação desse canal para receber denúncias sobre violência politica contra as mulheres será um grande estímulo para as mulheres eleitoras, candidatas e eleitas exercerem, de fato, seus direitos políticos de votar e serem votadas. E no tema “direitos das mulheres” eu costumo acertar: Lugar de mulher é na política.