É comum querer tirar uma tatuagem que não faz mais sentido. Felizmente, com a alta tecnologia a laser, é possível realizar esse procedimento de forma minimamente invasiva, muito eficaz e sem marcas!
A busca pela remoção de tatuagem ganhou reconhecimento na medida em que muitas pessoas, seja por mudanças na vida pessoal, necessidades profissionais ou por arrependimento, decidiram investir no procedimento.
De acordo com um estudo feito pela Preply, plataforma de e-learning, o Brasil foi o segundo país a realizar mais buscas para remover tatuagem. A insatisfação com o desenho pode acarretar em problemas relacionados à autoimagem, bem como dificuldades na socialização e na relação com o próprio corpo.
“Uma tendência interessante é o crescimento de pessoas que buscam a remoção não para eliminar completamente a tatuagem, mas para remodelar ou criar um espaço ‘limpo’ para uma nova arte. Esta abordagem tem refletido uma mudança na percepção da tatuagem como algo verdadeiramente permanente para algo que pode evoluir junto com a pessoa”, pontua Josué Silva, cofundador e administrador da INKLESS, especialista na técnica.
Como funciona o processo de remoção?
O aparelho de remoção clareia, de pouco a pouco, a área desejada, emitindo pulsos de luz, que são absorvidos pelos pigmentos da tinta da tatuagem. Ela, por sua vez, é fragmentada em partículas menores, facilitando a eliminação. Posteriormente, essas partículas são gradualmente removidas pelo próprio sistema imunológico do corpo.
Guilherme Dias, tatuador e mentor, comenta sobre o laser escolhido: “Aqui na clínica, utilizamos um equipamento com tecnologia Q-Switched Nd:YAG, pois é o que mais possui comprovações científicas de sua segurança e eficácia”.
O procedimento de remoção a laser atua diretamente sobre o pigmento da tatuagem, sem causar danos à pele. Isso garante segurança e não causa lesões cutâneas.
“Ao contrário do que muitos pensam, não é o laser que remove a tatuagem – é o próprio sistema imune do corpo. O laser atua como um catalisador, fragmentando as partículas de pigmento em pedaços menores. Uma vez fragmentadas, o sistema imune reconhece essas partículas como corpos estranhos e envia aos macrófagos para eliminá-las através do sistema linfático.” Esse processo, explicado por Silva, é chamado de fototermólise seletiva.
E os métodos caseiros?
As alternativas feitas em casa, além da ineficácia, causam prejuízos. Cremes “mágicos”, técnicas de esfoliação agressiva e a aplicação de substância ácidas podem resultar em queimaduras, infecções e cicatrizes permanentes.
“A verdade é que não existe atalho seguro para a remoção de tatuagens. O pigmento está localizado na derme, e qualquer tentativa de alcançá-lo sem o equipamento adequado e conhecimento profissional inevitavelmente causará danos”, ressalta o administrador da INSKLESS.
Dias discute sobre o processo de pintar uma tatuagem preta com tinta branca, com o intuito de “clarear” a tatuagem antiga: “Isso não funciona, pois os pigmentos se ‘misturam’ e viram uma mancha. Sem contar que o excesso de pigmento na pele pode atingir a hipoderme, o que pode acarretar no deslocamento da tinta, maior risco de infecção por estar mais próximo aos vasos sanguíneos, cicatrização irregular e ainda dificultar uma possível remoção a laser no futuro”.
Tempo de duração e pré-requisitos
A teoria de que, quanto mais antiga, mais difícil de retirar a tatuagem, não é verdade. Muitas vezes, esses desenhos apresentam qualidade inferior, o que facilita no processo de quebra do pigmento.
A duração do procedimento varia de acordo com o tamanho da tatuagem, e o intervalo entre as sessões é de, no mínimo, um mês. A seleção do método ideal depende de alguns fatores: dimensões, cores utilizadas e posicionamento no corpo.
“Esse método tem o tempo curto para a realização do procedimento. Em uma tatuagem de 10 centímetros, por exemplo, levamos menos de 1 minuto. Como desvantagem, temos o tempo de cicatrização entre uma sessão e outra, que é uma média de 60 dias”, diz o tatuador.
Cores como verde e amarelo são mais difíceis de serem removidas. Isso ocorre porque os pigmentos claros absorvem menos luz a laser. Além disso, tatuagens feitas em áreas cuja circulação sanguínea é menor, como mãos e pés, possuem remoção mais lenta.
O cofundador INKLESS acrescenta: “A eficácia do processo depende muito mais da resposta imunológica do indivíduo do que da potência do laser. Fatores como nutrição adequada, boa hidratação e até mesmo a exposição controlada ao sol (que ajuda na síntese de vitamina D) podem influenciar significativamente os resultados”.
A quantidade de sessões depende de fatores como tipo de laser, área do corpo, composição da tinta, tamanho e cor da tatuagem. No final de cada sessão, a região poderá apresentar uma descoloração esbranquiçada e avermelhada. Inchaço, formação de bolhas e “casquinhas” também são comuns.
Recomendações e valores
As orientações antes e depois do tratamento são cruciais para garantir que o procedimento seja o mais eficaz e seguro possível – e cuidar do sistema linfático. Aqui estão algumas delas:
- Evite a exposição direta ao sol na área tratada
- Faça uma limpeza profunda na área para prevenir infecções
- Aplique pomadas cicatrizantes
- Proteja a área com gaze estéril
- Utilize hidratante e filtro solar como cuidados extras
- Evite atrito na região da tatuagem na primeira semana
- Aplique compressas frias em caso de inchaço ou dor
Dias finaliza: “Um profissional qualificado normalmente vai cobrar em torno de 2 a 4 mil reais por um pacote de sessões. Dependendo da experiência que ele oferece ao cliente, como consulta, experiências no local, acompanhamento etc., esse valor pode variar consideravelmente”.
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