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Pele sob estresse é gatilho para acne na quarentena

O nervosismo que aflige a mente afeta também a pele. E ela ainda sofre alterações com a mudança de hábitos forçada na pandemia

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 ago 2020, 10h00
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  • Há conexões já reconhecidas pela medicina entre a saúde mental e a pele. O estresse, que se manifesta de maneiras comportamental e fisiológica, é capaz não só de interferir em aspectos visíveis, como a falta de vitalidade da derme, mas também de servir de estopim para doenças específicas. O impacto pode ser dimensionado pela quantidade de gatilhos hormonais. Entre as principais consequências disso está o surgimento da acne, impulsionado pela junção de desequilíbrios físicos, descompensação de bactérias naturais do corpo e tentativas de resposta do organismo a essas ações. “Em momentos de sobrecarga emocional, hormônios masculinos, como a testosterona, são liberados em maior quantidade pela glândula adrenal. Os resultados são estímulo intenso da produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas, alterações no microbioma da pele e o início de uma série de processos inflamatórios”, explica a dermatologista Kédima Nassif, de São Paulo. Outro fator que complica o quadro é a mudança no processo de cicatrização – estudos dão conta de que, sob estresse, a velocidade chega a cair 40%.

    Nos últimos dez anos, as sociedades de dermatologia constataram um aumento na ocorrência de casos de acne adulta. Hoje, a doença afeta cerca de 16 milhões de brasileiras. Segundo o Journal of the American Academy of Dermatology, relatório da sociedade americana, 54% das mulheres com mais de 25 anos têm acne facial. A explicação é holística, inclui desde as flutuações hormonais, às quais somos mais suscetíveis, até fatores externos, como poluição, aumento da ingestão de alimentos industrializados e o estresse, é claro. Quem já passou por crises intensas, com o quadro de espinhas dolorosas no rosto, no colo e nas costas, também fica mais vulnerável psicologicamente. Um estudo publicado em 2018 no British Journal of Dermatology indicou que pacientes com acne correm 63% mais risco de desenvolver depressão em comparação com quem não tem o problema. É um ciclo que, muitas vezes, se retroalimenta.

    Felizmente, novas abordagens aparecem com o avanço dos casos. Assim como as causas são várias, os cuidados também precisam mirar muitas esferas. O eixo que relaciona pele e intestino e os conhecimentos sobre o microbioma é um deles. Além dos já conhecidos antibióticos tópicos e orais e bloqueadores andrógenos (que atuam para evitar que o excesso de testosterona repercuta na pele e no cabelo), os probióticos são sugeridos como tratamento complementar para melhorar as defesas naturais, equilibrando as bactérias boas e diminuindo as inflamações. Outro caminho interessante é a parceria entre o dermatologista e o nutrólogo. Como já se sabe, por exemplo, que derivados do leite podem agravar alguns casos, a dieta entra como aliada com o uso de suplementos vitamnínicos de ação antioxidante e anti-inflamatória.

    O RETORNO INDESEJADO
    Até quem não via os pontos vermelhos há anos voltou a encará-los no espelho, um dos efeitos em cascata da pandemia. “Pode ser tanto acne vulgar, ocasional, pela própria idade, quanto acne da mulher adulta, que atinge mais mulheres acima de 25 anos e aparece frequentemente na zona U, que compreende a mandíbula, o queixo e o pescoço. Isso se deve, principalmente, aos hormônios do estresse, entre eles a adrenalina, desencadeada por essa sensação de constante alerta que estamos passando”, explica a dermatologista Claudia Marçal, de São Paulo.

    Outros agravantes surgem em razão da mudança de rotina. “Muitas abandonaram os cuidados. Somam-se a isso o maior consumo de alimentos com carboidratos, que aumentam o índice glicêmico e a inflamação, e a utilização de máscara. Há, inclusive, um termo do momento, a ‘mascne’, acne por consequência do uso do acessório”, explica Lilia Guadanhim, dermatologista da unidade de cosmiatria da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Segundo ela, o fenômeno acontece em razão da oclusão, que cria um ambiente úmido e quente, ideal para a proliferação de bactérias – há um aumento de 10% da secreção de sebo para cada grau a mais de temperatura. “Além de trocar a máscara com frequência, o ideal é usar hidratantes leves para fortalecer a barreira da pele. Opções em sérum vão bem. Para lavar o rosto, vá de géis sem sabão, que limpam com gentileza. Não reproduza receitas caseiras nem esprema as lesões, pois isso aumenta o risco de cicatrizes. Se persistir, vale uma passada no consultório”, finaliza Lilia.

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