Inspire-se no loiro natural, a cor do momento
Sutil, com contrastes suaves e iluminação, o tom respeita o colorido de cada mulher. Mas, exigente, ele pede muitos cuidados antes e depois da coloração
Ficar loira e exibir um estilo contemporâneo. Se esse é o seu objetivo para o verão, escolheu bem. Os cabelos mais claros estão cotadíssimos. Chegar aos tons, porém, requer certa sutileza. As nuances muito marcadas – como os estilos californiano e ombré hair, badalados em temporadas passadas – perderam postos na escala fashion. O momento é de mais delicadeza, de contrastes tênues entre as mechas iluminadas e o fundo, o que torna até difícil identificar a transição entre uma nuance e outra.
O efeito agora é natural. Isso não significa que a maneira de tingir é mais simples. Os processos químicos para descolorir são, inevitavelmente, agressivos. “As mulheres costumam entrar no salão com os fios muito fragilizados”, diz o cabeleireiro e colorista Romeu Felipe, do Square by Romeu Felipe, em São Paulo. “Para recuperar a fibra capilar e mantê-la saudável, é necessário adotar tratamentos frequentes e várias outras estratégias pré e pós-descoloração.” Para não sentir nenhum tipo de arrependimento, você só deve aderir tendo consciência de tudo que o projeto requer.
Leia mais: Bronde: coloração ilumina os cabelos castanhos de forma natural
Segredo revelado
O loiro 2018 concentra-se entre o neutro e o dourado, mas, vale reafirmar, com tons que não se opõem drasticamente. Isso não quer dizer que você precisa se prender a tonalidades muito semelhantes. “Pode-se, por exemplo, clarear ligeiramente o fundo, trazendo um brilho bege ou da cor do ouro, e depois reforçar o efeito com luzes”, explica Romeu. Loiros frios estão datados? Para quem gosta, não há nenhum problema em manter essa gama. “O que se deve evitar é o aspecto antigo, o visual monocromático”, afirma Bruno Lotufo, do salão que leva o seu nome, no Rio de Janeiro. Musas que encarnam bem o novo estilo são Juliana Paes, Sabrina Sato, Shailene Woodley, Sophie Turner, Beyoncé e Sheron Menezzes (abaixo, elas mostram um resultado em harmonia com a cor da pele e dos olhos).
Leia mais: 7 famosas usando make marrom para se inspirar
Antes de mudar
Um dos desafios mais comuns que os cabeleireiros enfrentam? Atender morenas que querem ficar superloiras. “A nuance original define o limite do clareamento”, explica o cabeleireiro Julio Crepaldi, do salão Galeria, em São Paulo. “Quando ele é desrespeitado, nem mesmo o melhor tratamento conseguirão recuperar 100% os fios.”
A primeira medida para garantir um bom resultado, então, é entender até onde o seu loiro pode chegar. Cabelos acima da altura 6 na tabela de cores (ou seja, loiro escuro, loiro médio e assim por diante) costumam aceitar bem descolorações mais radicais. Se o seu for escuro, é melhor aceitar que ele pode se tornar um lindo castanho iluminado, mas dificilmente será um loiro saudável. Quer insistir assim mesmo? O processo deverá ser feito com o maior cuidado do mundo e a manutenção deverá ser contínua – mas saiba que os fios sempre acusarão um pouco dos danos. Além de levar a cor original em conta, deve-se considerar a espessura. “Cabelos muito finos são naturalmente mais fracos”, diz Julio Crepaldi. “Se for o caso dos seus, opte por menos mechas.”
Outro ponto importante: preparar-se para a mudança. Se tiver feito alisamento – mesmo um daqueles considerados suaves –, precisa seguir três passos fundamentais. O primeiro é informar o colorista sobre isso – assim, evita acentuar os danos e minimiza o risco de quebras. O segundo é respeitar um intervalo de pelo menos três meses entre o alisamento e o clareamento. E o terceiro é fazer uma série de tratamentos entre um e outro, para recuperar a qualidade do cabelo. Liquid Hair, da Wella, e CPR, da Senscience, estão entre as terapias realizadas em salão mais recomendadas pelos especialistas. As aplicações devem ser semanais ou quinzenais – a frequência depende do nível de dano.
Romeu Felipe faz mais um alerta: cuidado com óleos de baixa qualidade e com produtos de styling e leave-ins muito concentrados em silicone. “Quando usados com muita frequência, eles podem formar um filme residual na superfície e prejudicar o processo de descoloração, deixando o resultado irregular”, explica.
Um último cuidado indicado pelos profissionais é utilizar, durante a descoloração, produtos que atenuam a agressividade da química. É o caso do Smart Bond, da L’Oréal Professionnel, e do Bond Angel, da Braé, que são acrescentados ao pó descolorante ou ao mix da tintura para evitar que a estrutura capilar se fragilize durante a mudança de cor.
Leia mais: O ABC da coloração: o significado de termos como decapagem
Depois de clarear
Ao sair do salão, os cuidados cabem a você. Para a boa manutenção da saúde dos cabelos, comece conferindo o xampu e o condicionador que moram no seu boxe. Eles devem agir com suavidade e apresentar ativos para preservar a cor e tratar a fibra. Minerais, óleos vegetais – de argan, kendi, coco, arroz… –, manteigas vegetais, como a de karité, proteínas e aminoácidos são os componentes que têm de estar no rótulo. Os leave-ins precisam ser nutritivos e reconstrutores e oferecer proteção térmica, o que evita agressões causadas por ferramentas que produzem calor.
Por falar no trio secador, chapinha e babyliss, que tal repensar o ritual de styling? “As modelagens desestruturadas têm falado mais alto. Deixar secar naturalmente é uma ótima opção”, defende Julio. Passe um leave-in de tratamento e um modelador para dar um bom acabamento – como uma musse – e permita que o movimento natural impere.
O cabeleireiro Bruno lembra que é importantíssimo aplicar máscaras e ampolas hidratantes ou reconstrutoras. O profissional recomenda usá-las no mínimo uma vez por semana e, de preferência, alternar os dois tipos de formulação. “Nos momentos em que perceber ressecamento, prefira as do primeiro tipo. Quando sentir que a porosidade e a fragilidade se intensificaram, opte pelas reestruturantes.” Bruno também indica fazer tratamentos antes da lavagem com um óleo de qualidade. “Espalhe de 15 a 20 pumps ao longo do comprimento e deixe agir por pelo menos uma hora. Depois, lave normalmente. O resultado é ótimo, dá muito brilho e maciez.”
Entre um clareamento e outro (agende no máximo três por ano), adote com moderação máscaras que alteram o tom. “Muita gente fica com medo de o loiro amarelar e exagera nos matizadores, produtos que trazem pigmentos arroxeados ou azulados na composição”, observa Romeu. “Com isso, em vez de ganhar luminosidade, o cabelo fica acinzentado e sem vida.”
Acha que o loiro perdeu o impacto entre os retoques? Faça no salão um tratamento que equilibre a cor de forma precisa. O conhecido Sebastian Cellophanes e o recém-lançado Kérastase Reflection Chromatique, por exemplo, conseguem neutralizar o tom e fazer com que o loiro brilhe mais.
Leia mais: Vai pintar o cabelo? Confira 4 cuidados exigidos na pós-coloração
Inspire-se!
Juliana Paes
O tom castanho iluminado – com pontos mais claros feitos estrategicamente ao redor do rosto – é perfeito para destacar o cabelo escuro sem danificar os fios.
Sheron Menezzes
Os cachos são mais valorizados com mechas. Esquenta-se um pouco o fundo com um tom castanho. O contraste diminui.
Shailene Woodley
A opção da estrela reflete bem a tendência atual. Entre o dourado e o neutro, com fundo ligeiramente mais escuro.
Sophie Turner
Bem claro, puxado para o bege, o tom é ideal para cabelos com base loiro-acinzentada. Quem tem fios mais escuros deve escolher algo mais sutil.
Sabrina Sato
Quente, puxado para o dourado, tem fundo acastanhado e proporciona um visual sexy e natural.
Beyoncé
O contraste entre as mechas douradas e o fundo castanho existe, mas não é acentuado. O efeito transmite leveza.