Os gummies de beleza, que prometem uma série de benefícios estéticos que vão do rejuvenescimento da pele ao fortalecimento dos fios, estão por toda a parte. Aliás, parece que não há nada que aquelas gominhas mastigáveis não possam solucionar. O produto agora pode ser encontrado em uma grande variedade de marcas e sabores, e claro, vive aparecendo nas redes sociais de influencers. Mas, afinal, eles realmente cumprem o que prometem?
Para não cair em ilusões, conversamos com Geisa Costa, dermatologista e fundadora do Art Beauty Center, e Julio Pierezan, tricologista e membro da Sociedade Brasileira do Cabelo, para esclarecer tudo sobre as balinhas de beleza.
Como as gummies de beleza atuam?
Os formatos fofos e as cores vivas chamam a nossa atenção, e acabamos comprando sem nem mesmo pensar em como funcionam. Segundo Geisa, a maior parte das gummies contém biotina na composição, que é uma vitamina do complexo B que auxilia no funcionamento de enzimas importantes para o metabolismo e para a saúde da pele, do cabelo e das unhas. O suplemento ainda pode conter vitamina A, D2, E, C, B5, B6, B12, cálcio e iodo – tudo isso acumulado no formato de um ursinho adorável!
As gummies funcionam?
Em pesquisa da Food Research International, realizada em 2023, foi descoberto que 52,7% dos indivíduos consomem suplementos em pó, ao invés de em goma ou em cápsulas, por terem uma apresentação comercial mais diversificada e acessível. Contudo, independente de sua forma, todos possuem vitaminas que trazem benefícios estéticos. Mas Pierezan faz um alerta: “Os estudos científicos são realizados estudando os medicamentos e não as gummies em específico. Estes contêm algumas das vitaminas que podem estar relacionadas à causa de queda de cabelo. Assim, não há evidência científica diretamente sobre a eficácia das gummies.”
Assim, Geisa e Julio explicam que as gummies podem trazer eventuais benefícios ao consumidor, desde que o problema esteja associado à falta de determinados nutrientes. “A ingestão pode ajudar, por exemplo, a fortalecer o folículo, minimizando a queda e melhorando a velocidade de crescimento. E, como consequência, dependendo ainda dos hábitos da pessoa, de como ela cuida do cabelo, eles podem crescer com menos frizz e mais fortes”, argumenta o tricologista. Portanto, sem ilusões: elas são suplementos vitamínicos, e não fazem milagres sozinhas.
Para ter certeza de que vai te ajudar, Geisa recomenda buscar um médico para uma anamnese, com exames clínicos e de sangue que possam determinar quais são as fontes de suas queixas.
Gummy de beleza não é bala!
A forma lúdica de ursinho ou coração pode nos levar a acreditar que a gummy é apenas uma balinha saudável, especialmente por vir acompanhada de sabores doces e especiais, como morango ou tutti-frutti – mas não caia nessa! “O consumo excessivo de certas vitaminas, como a A, pode levar à queda de cabelo e deixar a pele seca, enquanto o excesso de caroteno pode deixar a pele com aspecto alaranjado”, alerta a dermatologista.
A profissional ainda acrescenta que a pessoa corre sérios riscos de diarreia e acúmulo de corantes no organismo, sendo importante não exceder a dose recomendada pelo especialista e nem ingerir por conta própria.
Vale a pena consumir gummies de beleza?
Sobre a validade de incluir na sua rotina, Pierezan é bastante direto: “Não considero boa opção, já que as dosagens de vitaminas são baixas e as carências são individualizadas, cada paciente pode apresentar uma necessidade. O ideal é procurar avaliação de especialista para o diagnóstico assertivo sobre a causa de queda de cabelo. Se for carente de vitaminas, realizar a dosagem correta.”
Já Geisa Costa acredita que elas podem ser uma boa opção, desde que sejam usadas a partir de uma abordagem completa, que englobe o dia a dia do paciente: “Faz parte de uma abordagem 360 graus e pode ser indicado por um período de tempo, até melhorar uma condição.” Também vale lembrar: a maioria apresenta açúcares ou adoçantes, o que pode ser prejudicial.