Células senescentes: um novo olhar para o envelhecimento da pele
Na beleza, as células senescentes estão em alta e a sociedade está cada vez mais em busca de como tratar a causa do envelhecimento e não só os seus sintomas
Mesmo com os avanços da medicina dermocosmética, ainda faltava uma compreensão mais clara sobre o envelhecimento celular, especialmente o da pele. Foi então que o assunto das células senescentes começou a ganhar mais espaço e, cada vez mais, vem mudando a perspectiva do mercado da beleza sobre a forma como envelhecemos.
Com esse ‘novo rumo’ na forma de pensar, de certa forma, a indústria passou a pesquisar e descobrir mais ativos dentro de uma abordagem que pudesse conter o envelhecimento celular, diferente da abordagem anti-idade tradicional, que busca apenas combater os sinais clínicos do passar do tempo na pele. Ou seja, é ir em busca da origem e não apenas olhar para os sintomas.
Segundo Flávia Addor, médica dermatologista, a senescência é um processo em que as células param de se dividir e de se reproduzir naturalmente. “Isso ocorre porque o material genético dessas células começa a sofrer danos, seja em resposta a estímulos intrínsecos, ou seja, internos, como o relógio biológico ou a maturidade da célula; ou por resposta a estímulos extrínsecos, fatores ambientais como estilo de vida, alimentação, sono e comorbidades”, explica a especialista.
Células ‘zumbis’ e suas consequências para o cuidado com a pele
Em mais de 20 anos de pesquisa, uma das principais e mais recentes descobertas é a de que a senescência celular é contagiosa, assim como uma inflamação, cujos danos conseguimos ver na pele, como, por exemplo, as marcas de expressão.
Flávia explica que a biologia molecular, a genômica, a epigenética, entre outras, foram ciências importantes para aprofundar os conhecimentos sobre as células e seus comportamentos durante o envelhecimento.
Um dos grandes nomes dessa vertente de estudos é o professor Jean-Marc Lemaitre, do Instituto Inserm, localizado na França. Ele e seu time se aprofundaram no conceito da senescência celular e entenderam que esse tipo de célula pode ser contagiosa. “
Algumas células, cujos mecanismos de renovação e morte programada foram alterados por estímulos externos, param de se multiplicar. Não morrem, mas deixam de exercer suas funções naturais”, detalha a dermatologista.
Cientificamente, elas são células senescentes, mas também são conhecidas como ‘células zumbis’. “Essas células produzem moléculas pró-inflamatórias que compõem o secretoma, o conjunto de moléculas sinalizadoras capazes de atacar as células vizinhas, promovendo uma resposta inflamatória e oxidativa progressiva que interfere nas funções biológicas, naturais de cada célula”, finaliza.
Em outras palavras, é como se uma célula zumbi encostasse na outra e a deixasse doente, gerando um processo em cadeia que acelera o envelhecimento da pele.
Indo além, os cientistas descobriram que, ao contrário do que muitos imaginavam, os estímulos externos, chamados de fatores ambientais, são responsáveis por cerca de 80% desse envelhecimento, algo que prova que, de fato, o estilo de vida e os cuidados com a pele podem fazer a diferença para retardar o processo na pele.
Cuidando da pele com mais precisão
Atualmente, o mercado da beleza voltou sua atenção para estes estudos recentes, e já vemos novas soluções chegando nas prateleiras. Algumas marcas possuem produtos voltados para as células senescentes, como a Pierre Fabre, com uma linha que promete retardar a ‘contaminação’ e, consequentemente, desacelerar o envelhecimento.
“A linha Hyaluron Activ B3chega com produtos contendo ácido hialurônico em dois pesos moleculares, que foram patenteados pela Pierre Fabre, niacianamida ultraconcentrada e adenosina, que funciona como um booster de energia. Foi a primeira vez que esta atividade chamada senolítica, que impede a liberação de sinalizadores pró-inflamatórios e pró-senescência, foi demonstrada em um dermocosmético com esses ativos em estudos in vitro e in vivo”, comenta Ana Coutinho, Diretora Médica do Grupo Pierre Fabre.
Para as dermatologistas, além dos cuidados tópicos, existem outras formas de ajudar as células, como adotar medidas saudáveis para o corpo todo. “Uma boa alimentação é essencial, assim como evitar tabagismo, ir a ambientes poluídos, além de uma boa higiene do sono, dormir bem e direito, evitar o estresse emocional”, pontua Flávia.
“A saúde e o envelhecimento saudável da pele não são procedimentos estanques, e, sim, reflexo de um envelhecimento geral de qualidade.”
Atenção extra ao seu estilo de vida!
A nutróloga Lilianne Oppermann explica que a vertente de cuidados chamada “Lifestyle Medicine” pode ser uma ótima ajuda para combater o envelhecimento celular.
“Dentro do lifestyle medicine, que dialoga com a medicina tradicional, nós temos situações que, quando corrigidas, trazem a nossa saúde de volta. As mudanças no nosso comportamento, no mindset, na alimentação, e até mesmo na prática de determinados exercícios físicos, ajudam a prevenir, tratar e, dependendo da situação do paciente, até mesmo reverter a progressão de doenças crônicas, pois a base do lifestyle medicine é ter o foco não apenas a consequência, mas a causa do problema”, diz a nutróloga.
Em suma, para começar a se cuidar, a médica especialista em lifestyle medicine, ou medicina de estilo de vida, sinaliza algumas práticas importantes e de fácil começo, como evitar a exposição solar nas horas desaconselhadas; encontrar um equilíbrio emocional que seja sustentável, para evitar o aumento do hormônio cortisol no corpo; e manter a hidratação constante.
“Estamos falando de uma medicina que olha para o ser humano como um todo. Cuidando de aspectos internos e externos, é possível envelhecer de forma saudável e sustentar esse estilo de vida mais facilmente”, completa a nutróloga.
Por isso, precisamos estar sempre atentos aos sinais do nosso corpo, inclusive à pele, que está em constante comunicação com os estímulos que damos e recebemos.
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