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Ghosting, orbiting, pocketing: entenda os principais termos de relacionamento

Expressões comumente usadas nas redes sociais indicam comportamentos problemáticos (e até mesmo abusivos) em relações amorosas

Por Camila Iannicelli
8 nov 2024, 16h00
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  • Quando o assunto é compromisso, a maioria das pessoas busca uma relação saudável e equitativa. Porém, às vezes nos deparamos com comportamentos que não correspondem aos nossos valores e expectativas, podendo causar desconforto e frustração.

    E para entender melhor algumas ocasiões comuns no cotidiano, aqui está um glossário com 5 terminologias e expressões que, embora sejam muito populares no meio digital, podem ter significados particulares dependendo da dinâmica do casal.  

    O que é Pocketing no relacionamento? 

    O pocketing ocorre quando a pessoa “te esconde”. Ou seja, não apresenta você para amigos e familiares e mantém o relacionamento fora de vista – até mesmo nas redes sociais. O termo, que significa “colocar no bolso”, se refere à situação em que o parceiro não te inclui na sua vida social, excluindo você do convívio público e fingindo que a relação não existe.

    Pocketing: o ato de esconder o relacionamento dos amigos e família
    O pocketing acontece quando o parceiro finge que o relacionamento não existe (Lisa Fotios/Pexels)

    De acordo com Rejane Sbrissa, psicóloga cognitivo comportamental, o hábito também inclui evitar lugares movimentados em que haja a possibilidade de encontrar conhecidos e, caso encontre, te apresenta como amiga(o). 

    Ela ressalta os principais motivos para tal atitude: “A pessoa pode querer não se expor ou expor a parceria por ‘cuidado’, mas normalmente esse cuidado se dá de forma exagerada. Também pode querer ‘esconder’ para não sofrer pressão social”. 

    O que é breadcrumbing (migalhas de amor)? 

    Já teve a sensação de que alguém só te dá “migalhas”? Essa situação é conhecida como breadcrumbing, e trata-se de alguém que oferece pequenos gestos de carinho ou interesse, mas sem intenção de avanço para um compromisso real, criando falsas esperanças.

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    Assim, o comportamento se resume no flerte constante, levado adiante mesmo sem que exista o objetivo de construir algo concreto. Aqui, o afeto é demonstrado apenas para garantir a permanência do próximo, sem que haja um verdadeiro interesseiro romântico. 

    O breadcrumbing, segundo Rejane, pode causar dependência emocional, sentimentos de exclusão, baixa autoestima e depressão, impactando diretamente na saúde mental do envolvido.

    Quem pratica o breadcrumbing oferece migalhas em uma relação
    Breadcrumbing causa problemas na saúde mental (Engin Akyurt/Pexels)

    “As pessoas que realmente são ocupadas demais ou com dificuldade de comunicação colocam o parceiro em prioridade sempre que têm tempo, explicam o que acontece, dão satisfação e passam segurança ao companheiro”, informa a profissional. 

    O que significa ghosting (e o que fazer)?

    Um dos fenômenos mais comuns do mundo digital é o ghosting. Ele ocorre quando alguém deixa de responder mensagens e, sem aviso ou explicações, desaparece de forma repentina, cortando qualquer tipo de contato. Apesar de ser uma maneira simples de evitar um diálogo difícil, o silêncio pode ser muito doloroso.

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    Ghosting é muito comum nos relacionamentos
    O sumiço repentino indica falta de responsabilidade afetiva (Noel Blck/Pexels)

    Dentre os principais fatores psicológicos pontuados pela psicóloga está o medo de compromisso, a falta de responsabilidade afetiva e a péssima capacidade de comunicação.

    E as consequências na vítima são claras: A pessoa tende a procurar uma explicação e se culpar, se perguntando o que fez ou falou para que a outra pessoa sumisse, causando frustração, tristeza, insegurança. Em casos mais graves, a  vítima pode sofrer com crises de ansiedade e depressão, o que prejudica a pessoa a seguir a vida e entrar em outros relacionamentos”, diz. 

    Orbiting (O famoso vai-não-vai)

    O orbiting pode ser considerado o sucessor do ghosting, e significa ter alguém “orbitando” ao seu redor, sem, de fato, se envolver. Assim, eles curtem as publicações, visualizam todos os stories, mas nunca realizam um contato direto. 

    Por mais que ficar “enrolando” um contato por meio das redes sociais possa parecer inofensivo à primeira vista, esse comportamento pode gerar uma série de ilusões e expectativas.

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    Orbiting: a vigia nas redes sociais
    A pessoa que orbita marca presença, mas nunca dá o primeiro passo (George Pagan III/Unsplash)

    Dentre os principais motivos, estão: “Marcar presença, não ter certeza sobre a relação, medo de fechar a porta de vez e se arrepender, não querer ficar sozinha… Na maioria dos casos é puro egoísmo”.  

    O orbiting, nas palavras da psicóloga, deixa sempre o ciclo aberto e impede que a pessoa siga em frente. “O Orbitante quer justamente isso, prender até que ele tenha certeza se quer ou não”. 

    Haunting 

    Você começa a sair com alguém e ela desaparece. O tempo passa e, do nada, essa pessoa reaparece e começa a rondar novamente as suas redes sociais. Esse é o haunting, uma presença online sem se envolver.

    Haunting explora perseguição nas redes sociais
    Haunting é marcado por monitoramento nas redes sociais (Dole777/Unsplash)
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    Rejane comenta alguns motivos pelos quais alguém pode praticar o haunting: “Ou a pessoa criou consciência do que fez quando sumiu e quer reaproximação, ou se sentiu sozinha(o) e voltou para onde tinha atenção”’. 

    A psicóloga finaliza pontuando que, caso o desejo seja a reaproximação, deve-se ir diretamente ao parceiro e ser honesto. “Assombrar é sinal de que não amadureceu. E se já sumiu antes, sumirá novamente assim que se cansar ou arrumar outra pessoa pra assombrar”. 

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