Morar juntos nem sempre é o conto de fadas que muitos idealizam. Sabe quando nos dizem que só iremos conhecer a pessoa que amamos ao convivermos debaixo do mesmo teto? Sem dúvidas, este é um conselho assertivo. Claro, muitos conseguem driblar as diferenças e encontrar uma forma harmônica de convívio.
Porém, existem aqueles casais que, mesmo tentando, não conseguem fazer a dinâmica dar certo. Inclusive, em alguns casos, a melhor opção pode ser dar um passo para trás e rever certos planos. E aí, se identificou?
A seguir, separamos os maiores sinais de que morar juntos talvez não seja a melhor opção no momento.
O desafio de morar juntos
Antes mesmo de morar com quem amamos, precisamos naturalizar o fato de que, sim, os conflitos definitivamente irão existir. De acordo com Claudia Petry, terapeuta sexual e de casal, isso ocorre porque ambos estão se ajustando a uma nova dinâmica de convivência, aprendendo a lidar com as diferenças individuais.
“Alguns dos conflitos mais frequentes incluem a divisão do espaço pessoal, a distribuição das tarefas domésticas, a administração das finanças, os diferentes hábitos e rotinas, a necessidade de tempo para si mesmo, horário de dormir e até mesmo manter a individualidade para se relacionar com família e amigos”, explica.
Em um primeiro momento, algumas atitudes podem ajudar a contornar o período de adaptação. Segundo Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, a principal delas é praticar a comunicação aberta.
“Dialogar honestamente sobre questões que causam desconforto e compartilhar percepções mútuas pode fortalecer ainda mais a ligação entre o casal, reparando desavenças”, afirma.
A empatia, para Claudia Petry, é outro pilar importante, pois saber se colocar no lugar do outro te faz compreender as suas perspectivas. “A flexibilidade é uma qualidade essencial, pois precisamos ter jogo de cintura para nos adaptarmos às mudanças e ceder em certas situações, em prol do bem-estar do casal”, diz.
A terapeuta também recomenda estabelecer metas e objetivos em comum para fortalecer o convívio, pois tal atitude cria um senso de direção e propósito compartilhado.
“Essas ações, quando cultivadas de forma constante, podem contribuir para um convívio mais harmonioso e satisfatório a dois”, explica Petry.
Morar juntos pode não ser para vocês
Tentou todas essas estratégias e, mesmo assim, o convívio a dois continua turbulento? Pode ser que, pelo menos por enquanto, morar juntos não seja o caminho mais assertivo para a relação. A seguir, as especialistas indicam quais são os sinais que fortalecem essa ideia:
1. Perda de interesse
Quando o casal deixa de valorizar a presença um do outro e não reconhece mais o sentimento de carinho, é hora de ligar o sinal de alerta, de acordo com Monica Machado.
Às vezes, o afastamento físico (mas não emocional) é uma maneira de preservar o relacionamento. Aliás, para Monica, é completamente possível que um casal seja feliz morando separado: “Arriscaria dizer que essa dinâmica pode ser até mais saudável, já que ambos podem desfrutar de momentos positivos e evitar os conflitos do dia a dia”, declara.
2. Diferenças significativas de comportamento
Sabe quando, mesmo tentando, os dois não conseguem estar na mesma página? Tal problemática pode se manifestar de inúmeras maneiras.
“Quando um dos parceiros gosta de animais domésticos e o outro não; quando um é mais ativo pela manhã e o outro prefere dormir até mais tarde nos fins de semana; quando ter momentos de solidão é importante para um dos parceiros. Tudo isso entra na equação e, aos poucos, pode virar uma bola de neve”, afirma Monica.
3. Desejo por intimidade
Há pessoas que, indiscutivelmente, precisam de tempo para estarem sozinhas, a fim de preservar a própria intimidade. Isso não significa que não amamos o nosso parceiro, porém, a manutenção do bem-estar de alguns depende da solitude. “Nessas situações, pode ser aconselhável que cada um tenha a sua própria casa”, declara Monica.
4. Frequência e intensidade dos conflitos
Se os desentendimentos se tornarem constantes e intensos, a ponto de prejudicar a convivência e gerar um clima de hostilidade constante, isso pode indicar que algo está errado, de acordo com Claudia Petry.
“Além disso, a presença de comportamentos abusivos, como agressões verbais, físicas ou emocionais, é um sinal claro de que a dinâmica não é saudável”, alerta.
5. Falta de resolução dos conflitos
Se o casal não consegue dialogar de forma construtiva e encontrar soluções para os problemas, os conflitos tendem a se acumular e se tornam cada vez mais desgastantes. “Normalmente, esse cenário faz uma ou ambas as partes se sentirem desvalorizadas, desconsideradas ou até desrespeitadas, o que também é um sinal de que a dinâmica não está saudável”, esclarece.
Benefícios de morar em casas separadas
Para Claudia Petry, existem cinco grandes benefícios em tomar a decisão de morar separados:
Independência pessoal
Morar em casas separadas, segundo a terapeuta, permite que cada parceiro mantenha sua individualidade e autonomia.
Necessidade de privacidade
A atitude também proporciona a privacidade necessária para recarregar as energias e realizar atividades individuais.
Carreira ou trabalho
Segundo a especialista, casais com carreiras que exigem viagens frequentes ou horários irregulares também podem ser extremamente beneficiados ao tomar a decisão.
Relacionamentos anteriores
Em casos de casais com relacionamentos prévios ou filhos de vínculos anteriores, a atitude pode ajudar a preservar a estabilidade e a dinâmica familiar. E sim, esta é uma razão extremamente válida para desistir da ideia de compartilhar o mesmo teto.
Bem-estar emocional
Por fim, Claudia aponta que estar em casas separadas pode ser benéfico para o bem-estar emocional, nos oferecendo espaço para lidar com problemas pessoais. Todos nós precisamos de um tempinho para processar as próprias emoções, não é mesmo?
Driblando a pressão social por morar separados
Por fim, Monica ressalta que as relações sociais costumam ser reguladas por normas estabelecidas pela sociedade. “Por isso, sempre digo: não se deixe levar pelas opiniões dos outros, até porque as pessoas sempre vão nos julgar, não importa o que façamos”, declara.
Ela conclui nos alertando que, ao permitir que nossas vidas sejam guiadas pela aprovação dos outros, acabamos indo ao caminho oposto da felicidade e de tudo aquilo que almejamos. Fica a reflexão!
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