Já ouviu falar da Síndrome do Tarzan? Ela tem afetado muitos casais
Manter o foco na pessoa que devemos deixar ir atrapalha a dedicação a um futuro relacionamento
A Síndrome do Tarzan ganhou visibilidade nos últimos tempos, pois, apesar de ser um conceito novo, trata sobre o comportamento humano, com referência a pessoas que iniciam um novo relacionamento sem encerrar emocionalmente o anterior.
O nome faz alusão ao personagem Tarzan, que balança de cipó em cipó sem soltar o anterior até ir para o próximo, em uma comparação com as pessoas que “pulam” de uma relação para outra antes de lidar com a fase de luto emocional após o término.
O que é Síndrome do Tarzan
Os indivíduos que sofrem com a síndrome costumam ter medo da solidão, por isso buscam um novo parceiro para preencher o vazio de forma rápida, muitas vezes repetindo comportamentos que atrapalham o envolvimento atual.
“Diversos fatores relacionados à carência podem motivar o início de um novo relacionamento antes de encerrar o atual, desde a dificuldade na conexão e na comunicação na relação atual, desejo sexual e aspectos relacionados a busca por validação emocional, tentativa de evitar a dor do término ou crenças de que um novo relacionamento pode ‘curar” o luto da relação’”, diz a psicóloga clínica Larissa Fonseca.
O psiquiatra Marcos Magalhães Ferreira percebe um certo padrão nessas pessoas: em geral, apresentam emoções instáveis, impulsividade e dependência emocional.
O ato de carregar bagagens emocionais de relações antigas pode prejudicar o crescimento pessoal e a capacidade de construir conexões duradouras. “A sobrecarga pode dificultar o desenvolvimento de um vínculo saudável na nova relação, além de aumentar o risco de recaídas sobre o relacionamento que deveria ficar no passado”, acrescenta.
Consequências
A síndrome de Tarzan não é exclusiva dos jovens. A busca incessante por algo novo pode levar ao término de relacionamentos estáveis e maduros. Esse padrão de substituição constante e a dependência de estar sempre com alguém tem um efeito prejudicial para a saúde mental.
O psiquiatra avalia os cenários após adentrar na experiência amorosa recente: “O novo parceiro trará a você sensação de ser amado, desejado e, então, haverá maior autoconfiança, autoestima e bem-estar. Por outro lado, o que fazer com o sentimento de saudade, de tristeza pela perda, de possível culpa, de nostalgia, medo do novo ou, simplesmente, de não aceitação pelo término caso você tenha sido deixado?”
A profissional responde: “A dificuldade na superação pode gerar sintomas de ansiedade, depressão, baixa autoestima, compulsão alimentar e uma sensação constante de insatisfação. Além disso, a pessoa pode desenvolver auto sabotadores ou até padrões destrutivos em novos relacionamentos, repetindo assim os mesmos conflitos do passado e fazendo com que a nova relação não dê certo”.
Ao seguir na busca de um novo amor sem dar o tempo necessário para desapegar: “É comum ficar comparando e lembrar apenas de pontos positivos do ex. Começar a se sentir confusa sobre o que sente pela pessoa atual, quase como se tivesse vivenciado um fogo de palha, não entendendo o porquê começou essa nova relação”, comenta.
Nesse sentido, o relacionamento atual será marcado por inseguranças e a ausência de intimidade. O novo parceiro, inclusive, pode se sentir desvalorizado, o que compromete a construção de um vínculo forte.
De acordo com Larissa, os sentimentos mais comuns da síndrome são a culpa, o ressentimento pelo namorado(a), e até mesmo a sensação de não estar sendo honesto com as próprias emoções.
Solução
Apesar de parecer uma solução rápida para o coração partido, uma pessoa que não enfrenta a dor da ruptura e busca alívio temporário em outro alguém não consegue analisar os problemas do antigo relacionamento, muito menos aprender com eles ou fortalecer a sua base emocional.
Aprender a caminhar sozinho é o primeiro passo para alcançar o equilíbrio e a felicidade. É fundamental permitir viver o tempo de luto e refletir sobre o término, pois somente com esse processo é possível entender possíveis hábitos e falhas, para assim lidar melhor com as relações futuras.
Além disso, Larissa recomenda o autocuidado, a realização de atividades físicas, uma alimentação saudável e uma avaliação das próprias emoções e orienta uma consulta com um profissional para processar o luto do relacionamento. “Completar o processo de luto no relacionamento é importante para deixá-lo no passado”, destaca.
Por fim, o psiquiatra conclui: “Se estamos presos a antigos sentimentos e eles não permitem que soltemos por completo o cipó para agarrar o próximo, o novo relacionamento não conseguirá doar ou proporcionar tudo o que gostaria ou deveria pois, por mais que ambos se esforcem”.
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