Maior site de pornografia do mundo, o Pornhub recebeu em 2016 nada mais nada menos do que 729 visitantes por segundo, com mais de 90 bilhões de views em seus vídeos. A última novidade da empresa, portanto, promete ser interessante – e atingir muita, mas muita gente: desde o dia 31 de janeiro deste ano, eles mantêm, além do ~conteúdo adulto~, também um braço específico para tratar de educação sexual.
Chamado de “Pornhub Sexual Wellness Center” (“Centro de Bem-Estar Sexual do Pornhub”, em tradução livre), o portal é liderado por uma psicóloga especializada na sexualidade humana, a Dra. Laurie Betito.
“Me uni ao Pornhub para criar um espaço onde informações sobre os aspectos físicos, psicológicos e até mais íntimos do sexo estarão disponíveis para todos”, explica ela no vídeo acima.
O site vai contar com atualizações mensais, uma seção de perguntas e respostas e também artigos educativos. Um deles fala, por exemplo, sobre o conceito de consentimento. “‘É muito importante que, caso você esteja com vontade de fazer sexo com uma pessoa, você obtenha uma resposta clara sobre o consentimento dela”, explica a psicóloga no texto. “Lembre-se de que sexo sem consentimento (e isso inclui tudo, desde beijos, passando pelo toque, até o ato sexual) é contra a lei, e é extremamente prejudicial à pessoa que está sendo tocada sem consentimento”.
Alguns sites norte-americanos estão observando, no entanto, o quão irônica é esta atitude. A pornografia, afinal de contas, é uma das principais responsáveis pela noção irreal que vem sendo propagada sobre como é uma vida sexual saudável. A inclusão da educação sexual nas escolas, no entanto, ainda é um assunto bastante polêmico e, por vezes, ineficiente em muitos países – fazendo do novo “centro” do Pornhub uma iniciativa relativamente promissora.
No Brasil, por exemplo, dados do IBGE mostram que, em 2015, cerca de 30% dos jovens tinham iniciado sua vida sexual antes do início do ensino médio – e, dentre eles, quase 40% não usou preservativo. Em entrevista à Radioagência Nacional, a socióloga Jaqueline Pitanguy atribui essas estatísticas à falta da educação sexual nas escolas do país.
A nova iniciativa do Pornhub pode, sim, não passar de um “protocolo” a ser cumprido – como que para eles se “redimirem” dos efeitos negativos do produto que vendem. Mesmo assim, apesar de ter, pelo menos por enquanto, um conteúdo bastante simples, o site pode ajudar a preencher uma lacuna problemática em nossa sociedade.
Vale lembrar, porém, que há outros sites abordando o assunto de forma mais completa. É o caso do OMGYes, por exemplo, e também do Confi.