Quando o assunto é sexo, o primeiro passo é sempre ter em mente que você precisa ser sincera consigo e saber se realmente quer ter aquela experiência. Para isso, tente esquecer completamente a opinião da pessoa com quem você está e pense, primordialmente, no que você quer. Decidiu que quer experimentar o sexo anal, mas tem medo de cometer algum erro e sentir dor? Calma, pois separamos seis descuidos que devem ser evitados nesse momento para ter mais prazer e segurança na hora H.
Confira:
1. Penetrar sem antes ‘seduzir’ o ânus
Manter um ritmo gostoso é essencial para alcançar o orgasmo, só que o sexo anal exige um “passo a passo” importante até que esse clima seja criado. Além da importância do tesão estar intenso no momento, a primeira etapa para conseguir fazer a penetração é entender que o ânus precisa ser estimulado da forma correta, como explica Tatiana Presser, psicóloga, sexpert e educadora sexual, no livro “Vem Transar Comigo”.
Esse jeito certo envolve saber que a região tem dois esfíncteres – estruturas musculares que contornam o orifício e são responsáveis pela abertura e fechamento do ânus. O primeiro é controlado voluntariamente pela pessoa e, para ele ser abrir, é necessário o relaxamento mental e a vontade de sentir prazer anal.
Já o segundo é comandado pelo sistema nervoso central e precisa ser incitado com mais paciência. Isso significa que o pênis, ao tocá-lo, deve ficar parado ali até que o corpo entenda que deve abri-lo. Esse processo demora de 40 segundos a um minuto.
Mas como saber que o pênis chegou ao segundo esfíncter? Você sentirá uma resistência, como uma portinha fechada.
Vale lembrar que não adianta forçá-lo e que paciência é essencial quando o assunto é sexo, especialmente o anal.
2. Esquecer que o reto não é exatamente reto
Na verdade, o reto é curvo – e isso exige que o pênis esteja um pouco inclinado para cima depois de passar pelos dois esfíncteres.
“Muitas vezes – dependendo da inclinação – o pênis bate em um ângulo do reto, provocando uma dor horrível. Se isso acontecer, desculpe querido, mas será preciso começar tudo de novo. Seduza o ânus para passar pelo primeiro esfíncter, “encoste na parede” até receber o ok, para passar pelo segundo e, desta vez com o pênis em um ângulo diferente, tente lentamente avançar”, enfatiza Tatiana.
A especialista também explica que é só a partir da passagem do reto que você e o parceiro podem aumentar a intensidade da penetração e até mesmo mudar de posição.
3. Tentar, logo de cara, fazer sexo anal de quatro
Ainda que a posição de quatro seja sempre vendida como uma ótima ideia pelos pornôs, na prática não é assim que funciona. Como explica Carolina Ambrogini, ginecologista e sexóloga, essa posição é indicada para penetrações profundas e não para as primeiras tentativas de sexo anal, já que elas exigem calma e uma delicadeza extra.
Tatiana e Carolina são unânimes em aconselhar a posição “de ladinho”. Com a ajuda de toda a extremidade lateral do corpo posicionada na cama, a mulher pode controlar a intensidade da penetração, além de a posição permitir o estímulo da região clitoriana ao mesmo tempo. Inclusive, outra uma dica da ginecologista é o uso dos dedos para começar o sexo anal ou plug anal antes de introduzir o pênis.
Outra posição indicada pela especialista é a de bruços com um travesseiro na região pélvica, ou seja, abaixo do umbigo, para que as nádegas possam ser levemente levantadas. Quer conhecer mais posições? Clique aqui.
4. Usar a mesma camisinha para o sexo anal e vaginal
No meio do caminho, decidiram mudar o tipo de sexo e passar para o vaginal? Hora de trocar a camisinha! Independentemente de qual seja a relação sexual, o uso do preservativo é sempre indicado. Mas no sexo anal, a atenção precisa ser redobrada.
Esse alerta é importante porque a penetração anal também é uma forma de acontecer a transmissão de infecções sexualmente trasmissíveis, as ISTs. E mais: se houver penetração vaginal após a anal sem que a camisinha seja trocada ou o pênis higienizado, há muito mais chances de que a mulher venha a ter infecção urinária. Isso porque a bactéria responsável por esse tipo de infecção, a Escherichia coli, está presente no ânus em grande quantidade.
Além disso, a camisinha é o método que ajuda a proteger o órgão masculino de estar em contato com bactérias presentes no ânus.
5. Esquecer do lubrificante
“Lubrificante, lubrificante e, quando cansar, mais lubrificante!”. É assim que Tatiane frisa a importância desse aliado na prática do sexo anal. Isso porque, diferentemente da vagina, o reto e o ânus não têm lubrificação natural.
Vale lembrar que, mesmo sem a lubrificação natural, a penetração (quando feita direitinho) não deve doer. “Claro que você pode sentir um desconforto, ou pode achar a sensação estranha e até mesmo desagradável. Quem não tem prática poderá demorar um pouco para que essas sensações diminuam, mas elas vão diminuir, uma vez que você saiba o que está fazendo. Desconforto e estranhamento são aceitáveis e até esperados, mas dor não”.
Já em relação a qual tipo de lubrificante usar, Tatiana indica os que são feitos à base de água, porque eles não alteram o pH do ânus e não danificam a camisinha. Também são indicados para os brinquedos sexuais, porque não estragam os sex toys. Fica a dica, caso você queira testar o sexo anal de outro jeito!
6. Usar anestésicos para a penetração
O sexo anal é associado com dor, por isso muitas pessoas acabam recorrendo a anestésicos em pomada – como xilocaina – para tentar a penetração. Só que essa escolha é altamente perigosa e contra-indicada.
“A pessoa pode ter uma penetração mais profunda [do que a ideal] e se machucar. A dor é um sinal de alerta, de que tem algo errado. Se a pessoa ficar anestesiada, pode machucar a região anal e ela não vai perceber”, explica Carolina.
Portanto, a dica que se mantém é usar lubrificante e entender que a sensação de estranheza é normal. Mas, caso haja dor, é preciso parar e decidir se você quer tentar de novo, começando do zero, ou deixar a experiência para um outro dia.