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Martchela - Ministra do Namoro

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Jornalista, atriz e humorista, @martchela__ é apresentadora do Lambisgóia Cast

A mulher escreve, o homem dorme: elas transformam a dor em disco

Enquanto os homens saem ilesos, as mulheres fazem da dor uma arte

Por Martchela - Ministra do Namoro
29 out 2025, 16h18 •
Como homens e mulheres superam términos
Mulheres e homens lidam de maneiras diferentes com a dor.  (Freepik/Reprodução)
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  • Shakira chorou dançando.

    Beyoncé sangrou e serviu pedrada em forma de álbum.

    Agora é Lily Allen quem abre o peito e o passado em West End Girl.

    E, sinceramente? Shakira foi fichinha perto dela.

    Não é só um disco. É uma autópsia emocional.

    Lily revisita um casamento aberto, confuso e emocionalmente devastador com a lucidez de quem sobreviveu, mas não saiu ilesa.

    Em “Dallas Major”, ela tenta aceitar o inaceitável: aplicativos de namoro para agradar o marido.

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    Em “Sleepwalking”, narra a ausência de sexo e a sensação de ser santificada demais pra ser desejada.

    Em “Tennis”, confessa ter descoberto que o homem que pediu permissão para trair acabou apaixonado por outra.

    E em “Madeline”, o nome aparece como um fantasma e hoje já sabemos que foi a stylist da série Stranger Things – mas que não tem culpa – apenas se envolveu com um homem confuso e covarde demais para assumir seus erros e encarar seus sentimentos.

    O homem que destrói o psicológico e segue em paz

    No mesmo fim de semana em que o álbum saiu, uma amiga me mandou uma mensagem de Orlando:

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    “Amiga, acabei de ver o ex da Lily Allen no parque. Sozinho. Calmo. Como se nada tivesse acontecido.”

    E é isso.

    O homem que destrói o psicológico de uma mulher sempre tem um semblante tranquilo.

    Ele dorme bem. Ele come. Ele viaja. Vai a festas. Tira seu espaço para que ele possa existir na sua plenissima felicidade pós caos. Quem nunca?

    Enquanto ela tenta entender o que aconteceu, ele volta a viver — como se a ruína tivesse sido um pequeno mal entendido.

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    Há um tipo específico de homem e quase toda mulher já esbarrou em um — que não se culpa.

    Não porque seja cruel, mas porque não sente.

    Ele desfaz vidas com a mesma naturalidade com que apaga uma notificação.

    E quando você o reencontra, ele está leve.

    Leve porque o peso ficou todo com você. O peso de dois mundos em uma só consciência.

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    O privilégio do esquecimento masculino

    Eles sempre saem limpos.

    A mulher tenta compreender o que foi; o homem já está no próximo roteiro.

    Eles chamam de “fase”. A gente chama de trauma.

    Eles dormem. A gente escreve, tira tarot, aluga amigas e vai para terapia.

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    Ai temos um abismo de consciência.

    E é por isso que a arte ainda é território feminino: porque só quem sangra precisa criar um sentido.

    Esses discos — Lemonade, Las Mujeres Ya No Lloran, West End Girl — são altares erguidos sobre os escombros.

    E enquanto eles seguem sorrindo em Orlando, nós seguimos transformando a dor em linguagem e arte.

    No fim

    O homem destrói, a mulher elabora.

    Ele esquece, ela compõe.

    Ele fecha a porta, ela faz um álbum.

    Porque o que eles chamam de “erro”,

    a gente chama de literatura, canção, ou renascimento.

    Eles destroem.

    A gente escreve.

    Algumas cantam.

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