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Amor após o fim – retratos do término de uma relação

Entre memórias e silêncios, uma carta de amor de quem aprendeu a seguir em frente

Por Liana Ferraz
19 out 2025, 16h00 •
Imagem de uma mulher com aparência triste, segurando o rosto e escrevendo uma carta
As lembranças pós-término sempre são uma das partes mais difíceis (Freepik/Reprodução)
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  • Sempre achei que seria para você a mensagem de “cheguei bem”. Aquela que é escrita na entrada da cidade, com o ônibus estacionando na rodoviária ou com o avião ainda girando rodinhas.

    — Cheguei, pousei, te amo.

    — Te amo, aproveita, vai me escrevendo.

    Coração

    Quando o nome no contato de emergência muda

    Esses dias fui preencher o contato de emergência. Comecei seu nome.

    Na segunda letra, rasurei. Você não é mais a pessoa para cuidar das minhas emergências. Decidi colocar minha irmã e precisei olhar na agenda o número dela. O seu telefone é o único que sei de cor.

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    Seu celular, seu CPF, o telefone fixo da casa da sua mãe, porque era sua senha pra um monte de coisas.

    Dividíamos as senhas. Não por nenhuma obrigação, mas porque era normal estarmos com os acessos liberados um pro outro.

    Dois corações.

    Hoje viramos, instintivamente, o celular para o lado oposto.

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    Estamos repletos de outros números e contatos. Nenhum de emergência. Ainda.

    O amor que morava nas pequenas coisas

    Eu achei que não tinha como acabar a necessidade física que eu tinha de sentar no seu colo todos os dias pela manhã. Contar com a voz abafada no seu pescoço o meu sonho ou a minha imensa preguiça de sair da cama.

    Ganhar cafuné e olhar nos olhos mesmo eu estando feiosinha, inchada e com a cara sem lavar. Eu confiava tanto no nosso amor que me permitia essa bagunça revelada, escancarada. Alguém vai me amar de novo assim um dia?

    Eu achei que o seu barulho entrando em casa sempre seria festinha no meu corpo. Eu sempre sorri pra suas chegadas. Sempre. Sempre gostei das suas mãos servindo o café ou fechando a porta do quarto com cuidado pra eu dormir mais. Eu sempre ouvi seus barulhinhos pela manhã e ninei a confiança de que seria assim a nossa vida. Um monte de barulhinhos de ternura, apesar das explosões. A ternura era nosso pão, nosso arroz e feijão, nosso café.

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    Preciso fechar os olhos agora e lembrar da gente nas viagens pra praia, depois de colocar nossa filha pra dormir, falar dela por algum tempo, apaixonados pelo que aprontamos, e depois o silêncio compartilhado daquele fim de dia, com banho tomado, cheiro de sabonete e um ventinho maresia que me arrancava suspiros. Tínhamos achado a fórmula do amor, juro.

    Amar também é aprender a sobreviver ao amor

    Esses dias, já não mais como casal, escrevi “te amo pra sempre”. Você ficou 3 horas sem responder e, quando respondeu, disse “não sei o que dizer. Estou chorando”. Eu ainda estava digitando quando chegou o arremate “eu também te amo pra sempre”. 

    Eu preciso, agora, para atravessar a turbulência do amor em metamorfose, lembrar do ventinho na praia, do cheiro do sabonete e do café, das suas mãos, do colo. Preciso estar munida da gente pra sobreviver à gente.

    E faço isso em uma das maiores revistas do país.

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    Eu sou escandalosa, você sabe. Escândalo eu.

    Você silêncio.

    Opostos complementares. Câncer

    Capricórnio Trópicos

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    Atravessaremos inteiros, você vai ver.

    Afinal, te amo pra sempre. Sobrevivemos até aqui.

    Sobreviveremos ainda mais.

     

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